Não é só o comércio que sofre com a falta de troco. As lotéricas que funcionam como correspondentes bancários da Caixa, têm problemas por falta de moedas e notas de baixo valor. A situação compromete até os pagamentos de benefícios sociais, como o Bolsa Família. A Caixa admite que o "cenário de restrição do meio circulante atinge todas as regiões". Em algumas das lotéricas há avisos pedindo compreensão aos clientes sobre a falta de troco e apelos por pagamento com cartão.

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Na região central de Brasília, a poucos metros da sede do Banco Central, uma das lotéricas colocou cartazes avisando sobre a escassez de moedas. "Como assim? Uma casa lotérica não tem troco?", questiona a maioria dos clientes quando informada sobre o sumiço das moedas de R$ 1, R$ 0,50 e R$ 0,25 e das notas de R$ 2 e R$ 5. A atendente Ana Carolina Coelho diz que a falta de troco mudou hábitos dos clientes. Para não ficar no prejuízo, quem não jogava passou a levar uma "raspadinha".

A gerente Dity Quadros diz que era comum ir à Caixa duas vezes por semana para buscar R$ 1 mil em moedas. Agora, vai uma vez. Mesmo assim, quase sempre volta sem o dinheiro miúdo. "A própria Caixa nos informou que o BC reduziu a fabricação de dinheiro este ano." Dity recorre aos vendedores ambulantes e aos clientes.

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Em nota, a Caixa confirma que o impacto é evidente. "Afeta o fornecimento de numerário e moedas para agências, unidades lotéricas e clientes, tendo em vista a utilização em grande escala das denominações de R$ 2 e R$ 5 para fazer frente ao pagamento dos benefícios sociais", afirma.

A rede do banco é composta por 4,1 mil unidades próprias e 13,2 mil casas lotéricas, 19,4 mil correspondentes Caixa Aqui e 7,7 mil pontos de autoatendimento. A Caixa diz que tem atuado com órgãos competentes para a normalização no fornecimento de cédulas. A Caixa que sofre com a falta de troco é a mesma que incentiva clientes a guardarem moedas em "cofrinhos". Neste ano, o banco voltou com a promoção dos Poupançudos. O cliente ganha um boneco com depósito na poupança a partir de R$ 200. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.