O presidente da Audi, Rupert Stadler: otimismo com as vendas na China| Foto: Christof Stache/AFP
Veja as vendas da Audi no Brasil

A montadora Audi teve em 2010 o melhor ano de sua história, mas o Brasil participou de maneira bastante tímida desse recorde. A companhia vendeu 1,1 milhão de veículos em todo o mundo no ano passado, 15% a mais que em 2009. No mercado brasileiro, onde a marca celebrou um avanço de 60% no mesmo período, o total vendido ficou pouco abaixo de 3,3 mil unidades, o equivalente a 0,3% das vendas globais da Audi – desempenho que, segundo a empresa, não justifica reativar a produção de veículos no país.Além de pouco representativo, o resultado local da Audi está distante dos números apurados no tempo em que a empresa ainda produzia carros no Brasil, em uma fábrica compartilhada com a Volkswagen, em São José dos Pinhais (região metropolitana de Curitiba). No início da década passada, a montadora chegou a vender mais de 10 mil veículos por ano no mercado nacional. Na época, a marca era capitaneada pelo hatch A3, o único veículo produzido em São José, que respondia por cerca de 90% das vendas.Com o fim da produção no Brasil – a montagem foi interrompida em 2006 e as últimas unidades em estoque foram vendidas no ano seguinte –, a linha da empresa ficou limitada aos carros esportivos e de luxo importados da Alemanha. Hoje são 13 modelos que, embora ofereçam margem de lucro bem superior, em termos de volume ainda não se aproximam dos números do "popular" A3 nacional.

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Perspectivas

Atualmente, a operação brasileira é liderada pela Audi Brasil, subsidiária da matriz alem㠖 entre 1993 e 2005, as importações ficavam a cargo da Senna Import, ligada à família do piloto Ayrton Senna –, e os carros são vendidos em 22 concessionárias espalhadas pelo país. A meta da empresa é dobrar as vendas neste ano, para cerca de 6,5 mil unidades.

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Apesar da perspectiva de crescimento, a montadora descarta voltar a produzir no Brasil. De acordo com o diretor de marketing e vendas da Audi, Peter Schwarzenbauer, o volume vendido teria de ser superior aos 100 mil carros por ano para justificar a produção no país.

Em 2006, quando a linha de produção da Audi no Paraná foi desativada, executivos da montadora admitiram que, ao instalar a fábrica no país, no fim dos anos 90, haviam superestimado o potencial do mercado nacional. E afirmaram que a produção teria de ser superior a 20 mil unidades por ano para ser rentável. Dona da Audi, a Volkswagen continua operando em São José dos Pinhais, onde produz mais de 800 veículos por dia, das famílias Fox e Golf.

China

Os números da Audi mundial foram divulgados na terça-feira, na sede da empresa, em Ingolstadt, na Alemanha. Com lucro operacional de 3,34 bilhões de euros em 2010, o dobro do obtido no ano anterior, a Audi elevou sua margem operacional de 5,4% para 9,4% nesse intervalo. O presidente da Audi, Rupert Stadler, destacou o desempenho da empresa na China, onde as vendas cresceram 43% e superaram suas principais concorrentes no segmento "premium", a Mercedes-Benz e a BMW – no Brasil e no mundo, as rivais ainda vendem mais. Segundo Stadler, depois de demorar 22 anos para conquistar seu "primeiro milhão" de veículos vendidos no país asiático, a Audi espera repetir o feito nos próximos três anos.