As ações PNB da Copel – as mais negociadas entre as três categorias de papéis da companhia disponíveis no mercado – caíram 16,66% ontem na bolsa de São Paulo. A queda ocorre em consequência da decisão do governador Beto Richa (PSDB) de suspender o reajuste tarifário médio de 14,61%. A diretoria da empresa se reunirá com Richa na segunda-feira para discutir o assunto.

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O governo do Paraná é o acionista controlador da Copel, e tem poder para impedir o reajuste. A reunião, ainda sem horário marcado, segundo a assessoria de imprensa da Copel, ocorrerá no dia em que o aumento começaria a ser aplicado. A Agência Nacional de Energia Elétrica aprovou na quarta-feira o índice de reajuste da Copel, mas a empresa pode decidir se vai aplicá-lo ou não.

Repercussão

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Entre analistas, a notícia repercutiu muito mal. "A decisão do governo de solicitar a suspensão do reajuste soa negativamente para a Distribuidora e remete à lembrança do governo Requião, quando reajustes autorizados pelo órgão regulador foram impedidos de serem repassados às tarifas, prejudicando o desempenho financeiro da companhia", avaliou a corretora Concórdia. "A notícia é negativa para ações da companhia, já que o reajuste serviria para cobrir o aumento dos gastos não gerenciáveis, como energia comprada para revenda, que subiu 39,5% no primeiro trimestre na comparação anual, e o pronunciamento do governador do Paraná parece conter um cunho político, podendo representar um possível conflito de interesses entre o controlador e os acionistas minoritários", disse a Um Investimentos em comentário enviado a clientes.

O aumento da tarifa da Copel foi influenciado principalmente pela alta do custo da energia elétrica comprada pela empresa.