Falta de regulação da atividade criou um cenário ruim para caminhoneiros autônomos, diz Bruno Batista, diretor executivo da Confederação Nacional do Transporte (CNT). Sem jornada de trabalho definida, os profissionais se arriscavam em aceitar trabalhos com prazos apertados e tinham pouco poder de negociação com as transportadoras.
“A falta de regulamentação dava uma grande munição de barganha para o embarcador que exigia prazos de entrega arriscados. Agora, com o limite de horas as transportadoras vão ter que balizar a possibilidade de atendimento, melhorando inclusive o preço do frete”, afirma Batista.
A Lei do Caminhoneiro, que regulamenta uma série de aspectos relacionados à profissão, foi aprovada pelo Congresso em janeiro e aguarda sanção da presidente Dilma Rousseff. Usada como argumento do governo para tentar encerrar a greve, a aprovação sem vetos da lei pelo Planalto desagradou as concessionárias.
Após o anúncio, a Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR) afirmou que os pedágios cobrados em estradas brasileiras vão subir se a lei for sancionada sem vetos. “O pedágio ficará mais caro para todos os usuários, inclusive para os caminhoneiros”, afirmou a ABCR em nota.