Sem tempo, elas recorrem à internet

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As mulheres estão ocupando cada vez mais espaço no mercado de trabalho brasileiro e, por isso, elas estão sem tempo de visitar os estabelecimentos, o que favorece as compras on-line. De acordo com o relatório "Perfil do trabalho decente no Brasil: um olhar sobre as unidades da federação", divulgado em julho deste ano pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), enquanto elas cumprem uma jornada semanal de 36 horas remuneradas, mais 22 horas de afazeres domésticos, eles trabalham 43,4 horas, mais 9,3 em casa por semana – o que totaliza 275 horas a mais por ano na jornada feminina de trabalho.

Um dos filões para fisgar essa mulher atarefada é oferecer serviços e produtos pela internet, segundo Eliane Pietrovski, professora e diretora de Relações Empresariais e Comunitárias da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR). "O que acaba sendo mais fácil para a mulher, que está cada vez mais atarefada, são os serviços e produtos on-line, que têm grande potencial de crescimento, devido à facilidade e agilidade das comunicações", ressalta.

Isso porque, de acordo com Eliane, as mulheres gostam de trocar, umas com as outras, ideias e sugestões, principalmente no que se referem à beleza, moda, saúde e família. Oferecer produtos e serviços que permitam que elas se comuniquem e adquiram o que querem pela internet é uma forma de suprir a falta de tempo que elas têm no dia a dia.

A professora da UTFPR lembra ainda que as mulheres são fiéis quando gostam de algo e se tornam "garotas-propaganda" se estão satisfeitas. "O público feminino garante uma fidelidade. Tem outro aspecto muito positivo: elas são responsáveis pela divulgação rápida para outras consumidoras quando aprovam um produto ou serviço. Potenciais consumidoras podem deixar de adquirir um produto ou serviço se receberam um alerta negativo de outra consumidora", explica Eliane.

*Colaborou a professora do Departamento de Gestão e Economia da UTFPR Vanessa Ishikawa Rasoto.

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