Com uma forte sensação de calor e diversos problemas na infraestrutura, a Campus Party Brasil, principal evento de tecnologia e inovação do País, abriu suas portas nessa terça-feira (31), em São Paulo. As falhas, no entanto, não parecem diminuir o ânimo dos campuseiros, que arrastavam suas malas para acampar no evento e encarar cinco dias de programação praticamente ininterrupta, com 750 palestrantes.
Segundo a organização do evento, a explicação para os problemas está no dinheiro - ou, mais precisamente, na falta dele. “Queríamos ter propaganda ao redor de todo o Anhembi, tapete cobrindo toda feira e até trazer o Mark Zuckerberg, fundador do Facebook”, afirmou Francesco Farruggia, presidente do Instituto Campus Party. “Mas não tem como fazer isso tudo com a verba que temos.”
De acordo com os organizadores, o orçamento estimado para a edição de 2017 é de R$ 22 milhões. A verba cresceu nos últimos anos, segundo o Instituto Campus Party - o Estado solicitou o valor de 2016, mas a dado não foi informado até o fechamento desta edição.
Para quem está dentro do Pavilhão de Exposições do Anhembi, é difícil ignorar alguns problemas. O principal é a sensação constante de calor, já que a área do evento não tem ar-condicionado, mas só com ventiladores. Outra falha é a ausência de conexão wi-fi, o que dificulta a vida dos campuseiros que querem usar smartphones.
Na semana passada, o diretor-geral da Campus Party justificou a falta da conexão de internet sem fio. “Wi-fi é coisa do futuro. Só teremos isso quando atingir a mesma velocidade da internet por cabo, de 40 Gbps”, afirmou ao jornal O Estado de S. Paulo.
No entanto, a internet cabeada também enfrentou instabilidade no primeiro dia. Ela foi prejudicada pelo roubo de 2 quilômetros de fibra óptica da Telebrás, empresa de economia mista responsável pela infraestrutura de rede e uma das principais patrocinadoras do evento. “O prejuízo não foi financeiro, mas de cronograma”, disse o diretor da operadora, Ribamar Mendes. O cabeamento teve de ser refeito às pressas para não prejudicar a Campus Party.
Além disso, uma parte da Campus Party - em especial a área aberta ao público - não tem revestimento no chão, item básico em qualquer feira realizada no Anhembi. Por isso, o piso ficou desnivelado, o que torna mais difícil a circulação dentro da feira.
Sem filas
Em 2017, a Campus Party não teve a tradicional fila, ao contrário de anos anteriores. “No passado, eram mais de 500 pessoas esperando para entrar”, disse Iordan Neris, 25 anos, desenvolvedor de games. “Estranho a décima edição começar vazia.”
Até o fim do primeiro dia do evento, a maior parte das barracas estavam vazias, o que indica que o número total de campuseiros no evento ainda está longe dos 8 mil anunciados pela organização. “Os campuseiros devem chegar a partir de amanhã (quinta-feira, 2)”, disse Novaes.
No primeiro dia, apesar das falhas, os campuseiros mostraram sua animação com o tradicional grito de guerra, que ecoava no pavilhão do evento, despertando aqueles que, por ventura, estivessem desanimados ou cansados.
Para o técnico de informática Rafael Ferreira, 34 anos, a feira mostrará que pode ser um sucesso na madrugada desta terça-feira. “Se as pessoas se animarem na madrugada, é um indicativo de que a feira será um sucesso”, disse o veterano de Campus Party. “Nos anos em que a primeira madrugada foi morna, o evento foi ruim.”
“Problemas de infraestrutura fazem parte da Campus Party”, afirmou o veterano Alexandre Ferreira, 32 anos, que frequenta todas as edições da Campus há nove anos. “Algumas vezes faz calor demais, outras frio demais, mas o importante é aproveitar para fazer amigos e se divertir.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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