Os motoristas que precisaram abastecer o carro na manhã desta segunda-feira (12), em Curitiba e região metropolitana, tiveram um susto ao ver o preço da gasolina nas bombas. O combustível, que chegou a ser encontrado a R$ 2,05 na semana passada, voltou a subir e já é encontrado até a R$ 2,59 em alguns postos. Um aumento de mais de 23%.
De acordo com o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis, Derivados de Petróleo e Lojas de Conveniência do Paraná Sindicombustíveis - Roberto Fregonese, esse aumento era previsível e ocorreu em razão da lei do mercado.
"Esse preço (abaixo dos R$ 2,10) era tecnicamente impossível e em determinado momento ele voltaria ao patamar normal. Não existe milagre, o que existe é fraude. Lamentavelmente o preço era inviável, eu gostaria que pudesse se manter naquele patamar, mas não tem como vender abaixo do preço de custo", explicou Fregonese.
De acordo com o presidente do Sindicombustíveis, o que deve ter ocorrido é que o preço nas distribuidoras voltou ao normal. "Ainda é cedo para falar em que patamar o preço nos postos vai ficar, mas como estava não tem como voltar. O momento é totalmente inoportuno. Os postos trabalharam 20 dias abaixo do preço de custo. Isso foi local no Paraná, aconteceu só em Curitiba e região metropolitana. As distribuidoras estavam vendendo até R$ 0,25 abaixo do preço de custo", afirmou.
Um dos motivos para a queda no preço da gasolina, de acordo com o presidente do Sindicombustíveis, é que o mês de janeiro é totalmente atípico. "Em Curitiba quase 100 mil veículos deixam de rodar. Aquele segundo carro, que leva as crianças à escola fica na garagem. A venda nos postos caiu 40%. Algumas distribuidoras tinham gasolina no estoque e queriam desovar e para vender mais começaram as promoções. Com a concorrência começou essa insanidade de preços, que sacrificou os postos a manter uma margem de lucros muito pequena, 2 a 3 centavos. Mas isso é normal, todo o mês de janeiro o preço cai."
Susto nas bombas
No Auto Posto Marfim, na Avenida Comendador Franco, o preço da gasolina estava a R$ 2,29, contrariando os preços que variavam entre R$ 2,06 e 2,09, mas também teve outro reajuste na bomba. De sábado para domingo, o valor subiu de R$ 2,29 para R$ 2,59. "Estava todo mundo trabalhando a R$ 2,06 e eu estava a R$ 2,29 para manter o lucro e pagar as despesas", afirmou o gerente Amauri Berti.
O motorista Mauricio Roberto Lacerda ficou indignado com o aumento de preço, que passou de R$ 2,07 para R$ 2,59 em menos de cinco horas na região do bairro Portão, em Curitiba.
"Passei em um posto às 11h30 deste domingo para comprar um jornal e vi que o preço estava bom. Quando voltei à tarde, às 16 horas, eles já tinham aumentado. Queria saber quem controla isso, parece cartel e que os postos aumentam quando bem entendem os preços", revoltou-se Lacerda que gastou mais para encher o tanque do carro.
Roberto Fregonese afasta a possibilidade de acordo dos postos, ou de cartel, para o aumento quase simultâneo em todos os postos. "Isso é a lei do mercado, os postos iriam quebrar se continuassem com aqueles preços. É um absurdo falar de acordo ou cartel", definiu.
O Procon-PR, por meio de sua assessoria de imprensa, alega que só faz a pesquisa de preços para o consumidor ficar atento como anda a média de preços dos combustíveis. Além disso, o órgão só fiscaliza, pois a prática de preços é livre pelos postos.
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