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Entrevista

Semente nacional busca retomar espaço

Velocidade na inovação, incorporação de novas ciências e aumento da eficiência são algumas das estratégias adotadas pelos institutos de pesquisa agrícola nacionais para retomar espaço no mercado brasileiro de sementes, hoje dominado pelas empresas estrangeiras. De acordo com o presidente do Iapar, principal instituição de pesquisa do estado, Florindo Dalberto, as sementes nacionais têm altíssimo valor agregado, mas as em­­presas ainda não sabem usar com eficiência as estratégias de marketing para atuar no mercado. "As multinacionais passaram a ocupar mais espaço com o uso de estratégias agressivas de marketing, grandes investimentos em pesquisa e desenvolvimento e oferta de produtos que incorporaram diferenciais obtidos com uso de ferramentas da biotecnologia", diz. Acompanhe trechos da entrevista do executivo sobre os avanços no mercado brasileiro de pesquisa agrícola – ele será o mediador do painel da edição de amanhã do Ciclo de Palestras da Gazeta do Povo.

A pesquisa nacional está conseguindo cumprir sua função de elo fundamental para a produção agrícola no Brasil?

Sem dúvida. Na agropecuária, a tecnologia aumentou a produção e reduziu o custo dos principais alimentos consumidos pela população. Estudos apontam que, desde 1975, a produtividade duplicou e os preços ao consumidor caíram mais de 60% em termos reais. Isso possibilitou o controle da inflação e a ampliação do consumo de alimentos, produtos industriais e serviços. Tais ganhos resultaram de investimentos consistentes e persistentes em pesquisa e desenvolvimento, que agora precisam ser ampliados para avançar ainda mais no combate à concentração de renda e à pobreza no Brasil.

No mercado de sementes das grandes culturas (milho, soja e trigo), as multinacionais assumem posições de liderança. Qual foi o auge da participação nacional e como está a situação hoje?

Nesses casos, o mercado de sementes no Paraná foi amplamente dominado pelas instituições nacionais, como Iapar e Embrapa, entre outras, até meados desta década. Depois, as multinacionais passaram a ocupar mais espaço. No entanto, em outras culturas de importância econômica, tais como feijão, aveia, triticale, citrus, café, maçã e mandioca, as instituições públicas e o Iapar, em especial, ainda apresentam uma participação altamente relevante.

As parcerias que o Iapar vem firmando com multinacionais fazem parte de uma nova estratégia de atuação?

No Iapar, acreditamos nas parcerias que possam suprir deficiências setoriais, agregar conhecimentos pela sinergia com outros centros de excelência e ampliar a possibilidade de obtenção de mais e melhores resultados. O esforço agora caminha no sentido de buscar parcerias que fortaleçam a capacidade de disseminar nossos produtos tecnológicos que têm apelo mercadológico.

Existe perspectiva de aumento dos investimentos públicos em pesquisas?

Os recursos para pesquisa no Brasil vêm aumentando significativamente na ultima década, e isso tem resultado na maior participação do país na produção de conhecimentos em nível mundial, sobretudo em ciências agrárias. Cresce também a compreensão de que a construção do país que queremos – desenvolvido, internacionalmente competitivo, social e economicamente justo – somente será levada a bom termo com aportes maciços em ciência, tecnologia e inovação.

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