Medidas democratas para ampliar os cortes de impostos para a maioria dos norte-americanos fracassaram no senado dos EUA neste sábado (4), quando republicanos - e alguns democratas - as bloquearam porque não eram extensivas também aos ricos.
O presidente Barack Obama disse estar decepcionado com a votação, mas indicou estar aberto a ceder nos cortes aprovados pelo ex-mandatário republicano George W. Bush se certas condições forem acertadas.
Os planos democratas para renovar taxas baixas para indivíduos com renda de até 200 mil dólares e para os que ganham até um milhão falharam porque os republicanos disseram que as taxas baixas para os ricos também devem ser ampliadas.
Nenhum republicano apoiou as propostas democratas e alguns destes também votaram contra elas.
A rara votação do Senado no sábado foi a mais recente escaramuça na batalha sobre cortes de impostos, que expiram no final do ano.
Obama e outros líderes democratas querem ampliar os cortes somente para cidadãos de renda baixa e média, sob o argumento de que os cortes para os ricos aumentariam demais o já enorme déficit orçamentário dos EUA.
Os republicanos, que desdenharam o pleito de sábado como uma manobra política porque já se esperava que as medidas fracassassem, afirmam que aumentar os impostos dos ricos é um erro que custaria empregos, pois estes últimos criam vagas de trabalho.
"Essas medidas deveriam ter passado", disse Obama aos repórteres.
"Continuo a acreditar que não faz sentido segurar cortes para a classe média como chantagem para oferecer cortes permanentes para os 2 por cento mais ricos dos EUA - especialmente quando esses cortes para grandes rendas nos custariam 700 bilhões de dólares a mais que não temos e que aumentariam nosso déficit."
Ele disse que os negociadores precisam "redobrar" os esforços para garantir que a classe média norte-americana não enfrente impostos maiores a partir do ano que vem.
Um funcionário da Casa Branca relatou que Obama disse aos líderes democratas no Congresso no sábado que está aberto a ceder, mas que se opõe a uma ampliação até mesmo temporária que não inclua uma ampliação dos benefícios para os desempregados e de outros cortes de impostos que beneficiam famílias de classe média.