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Aposentados

Senado quer reajuste de 7,7%

Um novo acordo fechado entre os líderes partidários no Senado provocou impasse em torno do índice de reajuste para os aposentados que ganham acima de um salário mínimo. No fim da tarde de ontem, os senadores decidiram conceder aumento de 7,71% para a categoria, o que equivale a repassar a inflação do ano passado mais 80% do crescimento do PIB de 2008.

O problema é que o governo queria um reajuste menor, de 7%, acordado anteriormente com os deputados. "Se não for os 7% [que já haviam sido acertados] vai ser o veto do presidente Lula e eles [os aposentados] vão ficar sem nada", disse o líder do PT na Câmara, deputado Fernando Ferro (PE), após a reunião dos senadores.

Originalmente, a medida provisória que trata do salário mínimo concede aumento de 6,14% aos aposentados que ganham mais de um mínimo. A proposta já está na pauta da Câmara, mas, por causa do impasse, só deve ser votada na semana que vem. Depois de aprovada pelos deputados, ela obrigatoriamente segue para o Senado. Se for modificada, retorna à Câmara. O temor do governo é que, em período eleitoral, os deputados não arquem com o ônus de dar reajuste menor do que o concedido pelos senadores. "O Senado aprova e a gente fica mal na história?", questionou o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

"Queremos chegar a um ponto que dê conforto para a Câmara e o Senado. Nossa responsabilidade é com o povo e com o país. Não vamos tomar posições eleitoreiras ou demagógicas, nem pressionados por um setor da sociedade", respondeu o líder do governo, Cândido Vaccarezza (PT-SP).

Custo

De acordo com cálculos dos congressistas, o reajuste de 7% resultaria em um gasto a mais para a Previdência Social de cerca de R$ 1,1 bilhão no ano. Com o aumento de 7,71%, o impacto seria de cerca de R$ 1,8 bilhão.

O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), disse que ainda vai levar o índice maior ao presidente Lula e à equipe econômica. "Agora é a parte mais difícil: tem de fechar a proposta com o dono do cofre. Espero que o ministro Guido Mantega [da Fazenda] possa fazer esse arredondamento, é o momento de demonstrar essa prioridade."

Bernardo

A negociação com o governo não será fácil. Ontem, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disse que o presidente Lula "não está propenso a avançar muito" no porcentual de 6,14% concedido aos aposentados. O ministro negou, inclusive, que o governo já tenha concordado em elevar esse porcentual para 7%.

"Não fechamos porcentual algum. Nós temos uma proposta que está sendo costurada pelo líder Vaccarezza, que conversou com a maioria dos líderes na Câmara, que apresentaram uma concordância sobre os 7%", afirmou Bernardo. Ele ressaltou que a proposta ainda será levada ao Executivo, e reagiu de forma indignada à proposta de 7,71% do Senado: "Daqui a pouco vão querer dar 70%".

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