Faculdade da Ser Educacional em Manaus.| Foto: /Reprodução

A recessão e a redução do Fies, o programa de crédito estudantil do governo, abriram uma temporada de compras na área de educação. Neste domingo (5), a Ser Educacional fez uma oferta de fusão à Estácio, acirrando a disputa pela rede fluminense de ensino superior, que também está na mira da líder Kroton.

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A proposta da Ser foi enviada no sábado ao conselho de administração da Estácio e prevê a combinação das duas redes criando uma companhia de R$ 5,9 bilhões e cerca de 550 mil alunos.

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Os acionistas da Estácio teriam juntos quase 69% da nova empresa. Os outros 31% ficariam com a Ser, sendo 22% nas mãos de seu principal acionista, o diretor-presidente do grupo, Jânyo Diniz.

Segundo ele, a nova empresa continuaria com capital aberto na BM&FBovespa. O controle seria pulverizado e as regras de comando ficariam definidas em um acordo de acionistas.

A Ser também prevê o pagamento de R$ 590 milhões como prêmio aos acionistas da Estácio e ele seria pago em dividendos.

Diniz nega que a proposta tenha sido enviada como defensiva ao movimento da Kroton, que também quer se fundir com a Estácio.

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“Essa transação já estava no nosso plano estratégico”, disse. “A Estácio conta com 136 unidades em operação e outras 40 que podem obter rapidamente a aprovação do ministério. Temos perspectiva de crescimento orgânico, especialmente no Norte e Nordeste. Além disso, teríamos um reforço no ramo de ensino à distância, área em que a Estácio é forte.”

Disputa

A Estácio negocia suas ações na Bolsa e vem perdendo valor desde meados de 2014. Neste ano a queda se acentuou e, com a crise e o estrangulamento do Fies, que está sofrendo cortes do governo federal, a Estácio despertou o apetite da concorrência.

Na quinta (2), a Kroton informou a Comissão de Valores Mobiliários que pretende se fundir ao grupo fluminense e enviaria uma proposta em até duas semanas.

Ainda segundo a compradora, o negócio não envolveria dinheiro. As duas empresas se fundiriam e os atuais acionistas da Estácio receberiam ações da Kroton. Cada ação com voto da Estácio valeria 0,977 da ação da Kroton.

Analistas do setor consideram que essa fusão enfrentaria restrições impostas pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). Na área de ensino à distância, por exemplo, as duas empresas teriam praticamente metade do mercado e não seria tão simples para a Estácio se desfazer dessa unidade de negócio que, diferentemente, da Kroton, não é independente. Essas barreiras seriam praticamente inexistentes na junção com a Ser.

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