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Poupanças novas vão render 5,07% ao ano

Com a redução da taxa básica de juros, o rendimento das novas poupanças volta a cair, devido à nova regra para o investimento, anunciada em maio. A medida determina que com a taxa básica de juros abaixo de 8,5%, um gatilho será acionado e as novas cadernetas de poupança e novos depósitos terão seus rendimentos calculados com base em 70% da Selic.

Com a Selic a 7,25%, a poupança terá rendimento de 5,07% ao ano. Ou seja, uma caderneta com saldo de R$ 10 mil renderia, pelo menos, R$ 507,5 após 12 meses. Para depósitos antigos (feitos até dia 3 de maio) nada muda, ou seja, o rendimento continua sendo de 0,5% ao mês (6,17% ao ano) mais a TR. O mesmo ocorre para novos depósitos quando a Selic for superior a 8,5%.

Para que os poupadores saibam quanto vão ganhar na caderneta quando as novas regras forem usadas, o governo definiu que o cliente será informado, na data do depósito, de qual será o rendimento creditado 30 dias depois. Para antecipar o ganho que terá 30 dias depois, o poupador deverá sempre considerar a Selic vigente no dia em que ele efetuou o depósito.

O Comitê de Política Mo­ne­tária do Banco Central (Copom) anunciou ontem a redução de 0,25 ponto porcentual na taxa básica de juros, a Selic. Com a decisão, a taxa caiu de 7,5% para 7,25% ao ano e bate o quarto recorde consecutivo de baixa – o menor patamar desde que a taxa foi criada, em 1986.

O comunicado do BC que anunciou a decisão pode ser interpretado como um sinal de que o ciclo de queda está no fim. "Considerando o balanço de riscos para a inflação, a recuperação da atividade doméstica e a complexidade que envolve o ambiente internacional, o Comitê entende que a estabilidade das condições monetárias por um período de tempo suficientemente prolongado é a estratégia mais adequada para garantir a convergência da inflação para a meta, ainda que de forma não linear", informou o Copom.

Este é o décimo corte seguido da Selic, em uma trajetória de declínio que teve início em agosto de 2011, quando foi reduzida de 12,5% para 12%. Desde então, o BC tem decidido pela redução de 0,5 ponto porcentual a cada nova reunião, com exceção da decisão tomada em março, quando o Copom cortou 0,75 ponto porcentual, e da reunião de hoje.

O corte contraria a estimativa do último relatório Focus, feito pelo BC a partir de consultas a instituições financeiras. Nesta semana, a previsão divulgada era de que a Selic deve terminar 2012 com a taxa em 7,50%. No entanto, as projeções de analistas apontavam para uma queda de 0,25%.

Essa falta de consenso nas previsões reflete o dilema que o BC enfrenta. Com a inflação dando sinais de alta, o desafio é não estourar a meta do governo, de 4,5% (com teto de 6,5%), em um cenário de alta dos preços, mas com a atividade baixa e precisando de estímulos ao consumo.

Para Claudemir Galvani, professor de Economia da PUC-SP e diretor da Metha Consultoria, a decisão do Copom ocorreu como o mercado esperava. "Ainda há espaço para que a Selic caia a 0,5%. Mas, tendo em vista que a inflação subiu em setembro, o BC evita dar a cara para bater e fez uma redução mais tímida de 0,25%. A decisão do comitê, neste momento, deve ter levado em consideração a repercussão da imprensa e do mercado, por isso cortaram menos", afirma Galvani.

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