Sede da Sercomtel, em Londrina| Foto: Roberto Custódio/ Jornal de Londrina

A Prefeitura de Londrina protocolou ontem na Câmara de Vereadores o projeto de lei que pede autorização para fazer um aporte de R$ 7,6 milhões na Sercomtel usando dois terrenos do município. A empresa tinha urgência no encaminhamento do pedido, já que previa ficar descapitalizada até o fim do mês caso o aporte não fosse realizado. Uma manobra contábil, com a falência das duas operadoras de tevê a cabo, porém, conseguiu ampliar a data limite do perigo de insolvência de caixa para 30 de outubro. Sem os aportes, há a possibilidade de intervenção da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

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De acordo com o presidente da empresa de telefonia, Christhian Schneider, o fôlego extra foi garantido com a provável falência das duas empresas de tevê a cabo que funcionam em São José (SC) e em Osasco (SP), que foram postas em leilão, sem que aparecessem interessados.

Segundo ele, a falência evita a necessidade de um repasse de R$ 2 milhões para as duas empresas, empurrando o prazo final para o aporte de 30 de setembro para 30 de outubro. Com isso, a administração municipal pode esperar até 45 dias pela tramitação do projeto na Câmara. Além disso, Schneider e o prefeito Alexandre Kireeff (PSD) devem pedir que a Copel dê a sua parte antes mesmo da aprovação do projeto. A contrapartida do sócio minoritário – a Copel detém 45% das ações, contra 55% da Prefeitura – é de R$ 6,3 milhões. Somados aos R$ 7,6 milhões da Prefeitura, a injeção chega a R$ 15 milhões. "Não vamos ficar parados esperando o resto do recurso", garantiu Schneider. Ele admitiu, porém, que no primeiro semestre do ano que vem a Sercomtel deve voltar a discutir a outra parte do aporte, mais R$ 15 milhões – o valor total pedido é de R$ 30 milhões.

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Caso o aporte não seja feito, Schneider cogita medidas como a contratação de um empréstimo ou um novo parcelamento de ICMS (foram cinco nos últimos 18 meses). O presidente da Sercomtel afirmou que com essas medidas, a possibilidade de intervenção da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) por conta de uma possível dificuldade de fluxo de caixa ficaria mais distante.

De 2002 a 2012, segundo a própria companhia, o prejuízo financeiro acumulado é de R$ 103 milhões. A abertura das duas operadoras de TV a cabo seriam parte de uma série de decisões ruins e falhas de administração que, na opinião de Schneider, resultaram na situação em que a Sercomtel está hoje.

Câmara

O presidente da comissão de acompanhamento da Sercomtel, Péricles Deliberador (PMN), não quis falar sobre o projeto dizendo que ele ainda não examinou o texto e que este passará por comissões antes de ir a plenário.