A Sercomtel anunciou ontem que pedirá aporte financeiro de R$ 47,6 milhões aos acionistas da empresa Prefeitura de Londrina e Copel para dar continuidade a seus planos de expansão. A diretoria da empresa e o prefeito Alexandre Kireeff (PSD) só falarão sobre o assunto hoje.
Em um comunicado oficial, a administração municipal limitou-se a dizer apenas que, desde sua existência, sempre trabalhou com dinheiro próprio, mas que "devido às circunstâncias enfrentadas pela operadora em 2012, como falta de agência de propaganda e problemas político-administrativos", se vê agora precisando do aporte.
Segundo o comunicado, em 2012 foram investidos R$ 25,6 milhões e, para este ano, estão previstos R$ 27,6 milhões. A empresa atua em 42 cidades e vai inaugurar em breve operações em Santo Antônio da Platina, Ponta Grossa, Irati, Cascavel e Pato Branco, chegando a todas as áreas de códigos do Paraná (41, 42, 43, 44, 45 e 46).
Para economistas, somado aos fatos das últimas semanas licitações para venda de duas coligadas em São Paulo e Santa Catarina e pedido de empréstimo de R$ 5 milhões para fazer frente a despesas correntes , o pedido seria mais um "prego no caixão" na empresa de telefonia. "A prefeitura vai ter de enfiar um dinheiro é obrigação dela fazer isso que não tem em uma empresa que está agonizando", afirma o professor de Economia da UEL, Renato Pianowski de Moraes. Para ele, a melhor coisa seria o município vender a empresa.
Para o diretor da Faculdade Pitágoras de Londrina, Marcos Rambalducci, o problema está no fato de o serviço de telefonia ser uma commodity, que não apresenta diferenciação maior a não ser o preço. "Para ter preço competitivo precisa ter uma fatia grande do mercado para diluir seus custos fixos. Um aporte de R$ 47 milhões não vai ajudar uma companhia que concorre com multinacionais que têm aporte internacional e poder de investimentos infinitamente superior", afirma.