É difícil entender a demora do Spotify em aterrissar no Brasil, atrás de outros concorrentes menores e depois de países vizinhos. A questão é que, viesse cedo ou tarde, o serviço ainda precisaria driblar a inconstante internet móvel brasileira. Ter à disposição de modo fácil e prático milhares de músicas na tela do celular, passando do mainstream ao underground, é atraente para qualquer ouvinte. Ruim é precisar de uma wi-fi potente ou banda larga fixa para ouvir estas músicas até o fim.
Em testes feitos na noite da última quinta-feira e manhã do dia seguinte, o programa engasgou ao ser acessado por meio da rede 3G. Algumas músicas chegavam a ser tocadas até o fim, mas a internet parava ao passar para a próxima. Outras vezes, a transmissão da canção sofria constantes interrupções. Haja paciência. Neste caso, não dá pra culpar o Spotify. Quem utiliza o 3G em Curitiba, independentemente da operadora, sabe do que estou falando.
Deixando o fator conexão de lado, é preciso reconhecer que o Spotify ao lado de outros programas de streaming chegou para mudar a maneira como nos relacionamos com a música e nossos gostos. O serviço oferece um leque enorme de playlists, artistas e canções que mesmo o mais abnegado colecionador ou "baixador" profissional demoraria anos para reunir. O interessante aqui está não em correr atrás de suas bandas favoritas, mas sim em garimpar outros artistas e gêneros nesse caldeirão cultural. O programa dá uma forcinha e oferece as mais diferentes listas para cada momento do dia ou estado de espírito do ouvinte. Há uma compilação, inclusive, criada para ouvir no momento em que se varre a casa.
Os constantes anúncios podem incomodar quem opta pelo plano gratuito do Spotify. Há spots de 30 segundos a cada quatro ou cinco músicas, em geral. O chato não é ser interrompido pelas chamadas publicitárias, mas sim ser pego de surpresa pelo pagodeiro Thiaguinho anunciando seu novo álbum enquanto você escuta a uma playlist de jazz ou heavy metal. Aí sim, haja paciência.