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Greve

Serviços bancários continuam restritos

Banco fechado em Londrina: sem um mínimo de dois vigilantes, agências não podem abrir as portas. Mas alguns bancos estariam desrespeitando a regra | Roberto Custódio/ Jornal de Londrina
Banco fechado em Londrina: sem um mínimo de dois vigilantes, agências não podem abrir as portas. Mas alguns bancos estariam desrespeitando a regra (Foto: Roberto Custódio/ Jornal de Londrina)

Os vigilantes patrimoniais decidiram ontem manter a greve que afeta bancos em todo o estado. Como a lei proíbe o funcionamento das agências bancárias sem a presença de pelo menos dois vigilantes, os serviços ficam restritos aos terminais de autoatendimento.

A audiência entre o Sindicato dos Vigilantes de Curitiba e Região e o Sindicato das Empresas de Segurança e Vigilância do Estado, mediada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), terminou sem acordo.

Na reunião, os trabalhadores reivindicaram aumento real (acima da inflação) de 5% para o salário-base (hoje em R$ 996), reajuste do vale-alimentação de R$ 12 para R$ 15 e um aumento de 15% no adicional de risco (atualmente em R$ 100). Os patrões, por sua vez, ofereceram o repasse da inflação, tanto no salário como nos benefícios. O procurador Alberto Emiliano Neto ainda fez uma terceira proposta, intermediária. No entanto, o sindicato patronal manteve sua proposta, rejeitada pelos vigilantes em assembleia. Uma segunda audiência no MPT está marcada para as 13 horas de hoje.

A categoria dos vigilantes é composta pelos trabalhadores de transporte de valores, escolta armada e vigilância patrimonial. Apenas os últimos estão em greve. Hoje, o salário-base é de R$ 996. Com todos os benefícios e dependendo da escala de trabalho, varia de R$ 1.214,83 a R$ 2.835,05.

Adesão

Segundo o Sindicato dos Vigilantes, cerca de 70% da categoria aderiu à greve no primeiro dia. Em agências do Centro de Curitiba, como as do Santander, os serviços eram feitos normalmente até a chegada de manifestantes, quando alguns vigilantes decidiram interromper o serviço. No total, 22,6 mil vigilantes trabalham no estado, 8 mil em Curitiba e região.

O Sindicato dos Bancários, categoria que não está em greve, fiscalizou os bancos durante o dia para impedir que agências funcionassem sem a segurança necessária. Mesmo assim, algumas agências fizeram pequenos atendimentos. Pela manhã, uma gerente do Banco do Brasil atendia clientes de pessoa jurídica pela abertura do porta-objetos, ao lado da porta-giratória. Foi o caso do empresário Marcos Henrique de Souza, 32 anos, impedido de entrar no banco. "Preciso usar meu cartão, mas ele está bloqueado", disse.

Transtornos

O começo da paralisação da categoria coincide com o período de início de mês, quando as agências costumam ficar mais movimentadas devido, principalmente, ao pagamento de auxílios do governo. Janaína Carneiro dos Santos, 19 anos, que mora em Almirante Taman­­daré, foi ao banco só para sacar a primeira parcela de seu auxílio-maternidade. Infor­­mada que só poderia receber em agências do Centro – na verdade, é possível sacar em todas –, ela pegou o ônibus com a mãe, que trazia o neto no colo. Quando chegou a Curitiba, en­­controu o banco fechado. "Não tenho cartão, só posso receber no caixa normal. Vim pra cá à toa", lamentou.

Segundo um gerente, as agências do Centro são as primeiras a fechar, para a greve causar mais impacto. Mas a maioria dos serviços – como saques, extratos, pagamentos e depósitos – pode continuar sendo feita nos terminais. "Ficam impedidas algumas solicitações, como pagamentos do INSS sem cartão e saques e transferências de valores mais altos", diz.

Nas agências centrais da Caixa Econômica, não havia filas para o autoatendimento. Entretanto, nem todos os serviços estavam disponíveis, caso dos depósitos. Nas filiais do Banco do Brasil, o tempo de espera para usar um terminal chegava a 15 minutos. Alguns clientes chegaram a protestar. Nas lotéricas do Centro, o movimento não chegou a crescer significativamente.Em nota, a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) se posicionou contra a greve. "É lamentável que a sociedade fique refém dessa estratégia, que prejudica o atendimento ao público."

Interatividade

Que solução você sugere para que os clientes não sejam prejudicados por greves de bancários ou vigilantes?

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