Categoria pede recomposição orçamentária após cortes determinados pelo governo e valorização salarial.| Foto: divulgação/Unacon Sindical
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Os servidores da carreira de Finanças e Controle da Controladoria-Geral da União (CGU) e do Tesouro Nacional fazem uma paralisação de 24 horas nesta terça (3) pedindo recomposição do orçamento frente aos cortes que afetam as pastas. De acordo com a Unacon Sindical, esta é a quinta semana consecutiva de interrupção dos trabalhos e afeta diretamente a divulgação de relatórios importantes para o governo e a liberação de recursos.

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No Tesouro Nacional, a paralisaou atrasou os repasses do Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro), Programa de Financiamento à Exportação (Proex) e Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), o que, diz a entidade, pode prejudicar a concessão de créditos pelos bancos, afetando diretamente o setor agrícola.

Além dos atrasos financeiros, a paralisação tem comprometido a divulgação de importantes documentos econômicos. Na semana passada, a publicação do Boletim Resultado do Tesouro Nacional (RTN) e do Balanço do Tesouro Direto foi adiada, gerando incertezas quanto ao cronograma.

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Esses relatórios, que deveriam ser divulgados até a próxima sexta (6) podem enfrentar novos atrasos, segundo a entidade. Assim como outras publicações importantes, como o Relatório Resumido de Execução Orçamentária da União (RREO), o Balanço Geral da União (BGU) do 2º trimestre, originalmente previsto para agosto, e o Relatório de Projeções Fiscais (RPF), que estava programado para 18 de setembro, mas também será postergado.

Na CGU, os servidores reivindicam valorização profissional e melhores condições de trabalho em face dos cortes orçamentários que afetam a pasta. A falta de recursos, diz a entidade que representa a categoria, tem dificultado o pagamento antecipado de diárias para viagens a serviço, o que prejudica o planejamento das atividades de fiscalização e auditoria.

“A estrutura da CGU também está comprometida, com desligamento de ar-condicionado, redução no número de ramais telefônicos e até falta de verbas para pagar contratos de serviços de apoio, como limpeza e motoristas”, diz a Unacon Sindical.

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Segundo a entidade, a última paralisação teve a adesão de cerca de 1,5 mil servidores. A expectativa, afirma, é de uma adesão maior nesta terça (3), mas que será confirmada apenas no encerramento da mobilização.

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Em resposta à Gazeta do Povo, o Ministério da Gestão e Inovação (MGI) informou que as entidades representativas dos Auditores e Técnicos Federais de Finanças e Controle (AFFC e TFFC) participaram de uma mesa de negociação temporária e específica do chamado Ciclo de Gestão, na qual todas as demais carreiras já assinaram acordo com o governo.

A proposta apresentada pelo governo oferece um ganho acumulado para os servidores, variando entre 19,49% e 23% no período de 2025 a 2026.

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