Uma greve por tempo indeterminado ameaça parar a Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab) a partir do dia 30. Os servidores marcaram o protesto ontem, durante um dia de greve parcial em Curitiba e no interior do estado por isonomia salarial, que teria reunido cerca de 290 funcionários. Eles exigem salário equiparado ao dos 640 servidores que foram remanejados para a recém-instalada Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar).
O novo órgão foi criado com a equipe do Departamento de Fiscalização e Sanidade Agropecuária (Defis), que agora recebe adicionais de R$ 900 a R$ 2,4 mil, dependendo da formação de cada servidor. A ganho extra facilitou o remanejamento. Porém, segundo os manifestantes, criou distinções entre funcionários públicos que fizeram os mesmos concursos e desempenham funções semelhantes.
Os grevistas disseram ontem que voltariam às atividades normais nesta quinta-feira. Na próxima quarta, uma comissão de negociação deve se reunir com o secretário da Agricultura, Norberto Ortigara, que já teria encaminhado as reivindicações à Casa Civil. Como ainda não há uma posição do Executivo sobre o pagamento de adicional para os descontentes, o setor decidiu marcar greve geral e buscar apoio em todo o estado.
"A paralisação desta quarta foi para sensibilizar o governador Beto Richa. Confiamos no secretário Norberto Ortigara. Ele compreende nossa situação. Mas esse desequilíbrio salarial não pode durar tanto", disse Roberto Carlos de Andrade Silva, veterinário que é 2.º secretário do Sindicato dos Servidores da Seab.
Conforme Carlos Hugo Godinho, que integra a comissão de negociação dos funcionários, a equiparação salarial vem sendo discutida desde junho do ano passado. O governo do estado ainda não confirmou qual seria o impacto nas contas públicas. Informa estar buscando uma saída dentro de suas possibilidades legais e que já enfrenta problema com a falta de funcionários na Seab e na própria Adapar. Novo concurso deve ser lançado ainda neste ano.
Colaborou Luís Guilherme Rodrigues.