Apesar de ter registrado recuo de 0,2% na produção em setembro ante agosto, a indústria mostrou um predomínio de taxas positivas entre as atividades pesquisadas. Apenas sete dos 24 setores tiveram queda, segundo os dados da Pesquisa Industrial Mensal: Produção Física divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta terça-feira, 4.
"Há melhora de ritmo claramente. Há ganho acumulado de 1,1%", disse André Macedo, gerente da Coordenação de Indústria do IBGE. "São duas coisas, há melhora nos últimos três meses, com saldo positivo, mas insuficiente para eliminar as perdas mais recentes", ponderou. Segundo ele, a perda acumulada pela indústria foi de 3,3% de março a junho. "Ainda há espaço importante a ser percorrido no sentido de eliminar aquelas perdas observadas", disse Macedo.
Entre os 15 ramos que aumentaram a produção em setembro ante agosto, o maior impacto positivo foi da maior fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias. O crescimento chegou a 10,1%, maior taxa desde fevereiro de 2012, quando a produção cresceu 12,1%. "Muito desse crescimento de julho e agosto na indústria teve ligação com o avanço de veículos automotores, seja porque houve melhora mesmo, seja porque a base de comparação era suprimida", apontou Macedo.
A produção de veículos teve o terceiro resultado positivo consecutivo em setembro, acumulando nesse período uma expansão de 24,2%. Ainda assim, o crescimento não foi suficiente para reverter as quedas registradas nos quatro meses anteriores, período em que acumulou um recuo de 28,0%.
"Veículos automotores é o setor que move a expansão (da indústria) e que tem a mesma lógica (da indústria). O saldo positivo dos últimos três meses também foi insuficiente para eliminar as perdas acumuladas de março a junho", contou. Macedo lembrou que o setor ainda está muito marcado pela concessão de férias, jornada de trabalho reduzida e regimes de lay-offs. "O nível de estoque para essa atividade ainda se encontra bem acima do seu patamar habitual", apontou. Com o resultado de setembro, a produção industrial ficou 6,3% abaixo do pico da série histórica, registrado em junho de 2013.