O presidente da Azul, John Rodgerson, afirmou nesta sexta-feira (14) que são mais eficazes para o setor de aviação novas permissões para pousos e decolagens no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, do que a liberação de estrangeiros para assumirem o controle de companhias aéreas. "Somos 100% favoráveis [à liberação], desde que possamos lutar com as mesmas armas", afirmou Rodgerson.
"Se quer abrir [para o capital estrangeiro], vamos abrir para tudo, abrir slots [pousos e decolagens] em Congonhas", disse.
O aumento da oferta de voos em Congonhas é um pleito das companhias aéreas, que defendem a medida como uma das saídas para driblar problemas financeiros. O governo avalia aumentar de 34 autorizações por hora para 39.
Entre as disparidades com outros mercados, o presidente da Azul cita o custo de dívida das companhias brasileiras em comparação com a dos Estados Unidos, que é mais alto, o preço do combustível, o prazo de financiamento de ativos e as regras para pilotos.
Além disso, reforça que 50% dos custos da aviação brasileira são dolarizados e que a moeda chegou a valer R$ 4 neste ano. "Alguém pode pular no Brasil só quando é favorável e ir embora depois. Não adianta vir aqui e só aproveitar o bom momento", diz Rodgerson, que também é dono de 45% da portuguesa TAP.
David Neeleman, fundador e presidente do conselho de administração da Azul, informou nesta sexta-feira, ao jornal Valor Econômico, que a companhia estudava uma oferta de compra da Avianca Brasil e que analisava a possibilidade no curto prazo.
Mais tarde, a Azul informou que, na verdade, Neeleman se referia "ao dever fiduciário da empresa de avaliar potenciais oportunidades de mercado". "Não tem nada em curso, nenhuma negociação. Qualquer gestor tem de olhar para o mercado, mas não temos nada em curso, temos crescimento aqui na frente", ressaltou Rodgerson. Segundo ele, a Azul não está estudando ofertas.
A estimativa da companhia, que completa dez anos neste sábado (15), é de crescimento de 15% a 17% no ano que vem. Segundo o executivo , cem novs aviões devem chegar em breve para integrar a frota da empresa, cada um a um custo aproximado de US$ 55 milhões (R$ 215 milhões), a serem quitados em um período de sete anos.
Sobre a medida provisória e a absorção da demanda de passageiros da Avianca, cuja dívida alcança R$ 493,9 milhões, o presidente da Azul diz que "quase nada vai acontecer" no curto prazo. "Torcemos pela Avianca", afirmou.
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