São Paulo Em abril, ainda longe da alta temporada, a aviação doméstica brasileira começou a dar mostras de sair da crise causada pela saída da Varig do mercado no ano passado. No mês passado, houve 4,32 milhões de desembarques nacionais, 15,2% a mais do que os 3,75 milhões do mesmo mês de 2006. "É um patamar de crescimento que volta aos níveis pré-Varig, e antes do que prevíamos", afirmou José Francisco de Salles Lopes, diretor de estudos e pesquisas da Embratur. O total acumulado no quadrimestre, de 16,44 milhões de desembarques entre vôos regulares e fretados configura um recorde histórico no país para o período.
O dado se coaduna com os números favoráveis divulgados pela Embratur e pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), constantes do Boletim de Desempenho Econômico do Turismo, mostrando que, impulsionado principalmente pelo setor aéreo, o faturamento da cadeia de turismo cresceu 9,6% no 1.º trimestre em relação ao mesmo período do ano passado.
O boletim trouxe outra notícia boa: em média, os empresários do turismo pretendem investir 7% de seu faturamento no trimestre corrente. As taxas mais altas são encontradas em transportes aéreos (9%) e restaurantes (8,2%). Todos esses números, na visão de José Ernesto Marino Neto, da consultoria BSH International, estão relacionados a quem trabalha com turismo doméstico.
Segundo ele, quem precisa atrair turistas estrangeiros para aumentar o faturamento esbarra em três problemas: devido ao real forte, o Brasil está caro; ainda está difícil de vir para cá, por causa da perda de assentos internacionais com a saída da Varig; e o visitante que chega acaba maltratado, em filas enormes na Polícia Federal ou pela violência.
"O Brasil saiu da infância e agora está na adolescência do mercado de turismo internacional. Aborrecente o que faz? Aborrece. E o Brasil, com esses problemas, está aborrecendo o turista de fora. Cabe às autoridades tomar atitudes para solucionar isso", disse.
A ministra do Turismo, Marta Suplicy, disse ontem que o setor também precisa ser beneficiado com a desoneração tributária que o governo promete para as empresas exportadoras. Marta pretende marcar uma reunião com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, para tratar do assunto. Segundo a ministra, o setor de turismo intensivo em mão-de-obra se beneficiaria de uma desoneração de bens no ramo hoteleiro, como a aquisição de equipamentos camas, televisores, entre outros. "É uma questão de justiça. Se a indústria tem, o hotel também deve ter. Hoje, o setor emprega dois milhões de trabalhadores formais e seis milhões de informais", afirmou.
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