O valor das incorporações, obras e serviços realizados pela indústria da construção em 2012 totalizaram R$ 336,59 bilhões, um crescimento real de 10,2% em relação a 2011. Os dados foram anunciados há pouco pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que divulgou a Pesquisa Anual da Indústria da Construção (PAIC) referente a 2012. No mesmo período, a receita operacional líquida do setor avançou 9,3% em termos reais, para R$ 312,9 bilhões.
Há dois anos, o IBGE mapeou cerca de 104 mil empresas ativas na indústria da construção, 12,5% a mais do que em 2011 e o dobro do observado em 2007. Essas empresas empregavam cerca de 2,8 milhões de trabalhadores, cujas remunerações responderam por 32,5% do total dos custos e despesas. O salário médio mensal (R$ 1.648,70) do setor teve aumento real de 7,9% em relação a 2011.
O crescimento contínuo da atividade se dá a despeito da crise internacional que afetou as economias mundiais entre 2008 e 2009. Segundo o IBGE, as diversas medidas anticíclicas adotadas pelo governo brasileiro contribuíram para esse desempenho, entre elas a desoneração do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) nos materiais de construção, aumento nos desembolsos do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), expansão do crédito imobiliário e iniciativas como o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e Minha Casa, Minha Vida.
O setor de construção de edifícios teve o maior crescimento no período. Em 2012, 42,8 mil empresas atuavam neste segmento (32,2% a mais que em 2011), e o valor nominal das incorporações, obras e serviços chegou a R$ 143,3 bilhões, um ganho de 20,9% frente ao ano anterior. Com esse desempenho, o segmento passou a figurar em primeiro lugar em termos de receita bruta de vendas.
As empresas voltadas às obras de infraestrutura também tiveram crescimento expressivo, de 15,5% no valor nominal de incorporações, obras e serviços, para R$ 136,8 bilhões, e de 13 8% no número de empresas. Ainda assim, a construção voltada à infraestrutura desceu do primeiro para o segundo lugar no ranking de atividades. Já o setor de serviços especializados mostrou relativa estabilidade em número de empresas (-0,2%) e o menor crescimento em valor nominal de incorporações, obras e serviços (7,3%) entre os setores da construção.
A concentração do setor permaneceu em 2012. As empresas com 250 ou mais pessoas ocupadas, por terem maior escala de produção e acesso a financiamentos, tiveram receita bruta de R$ 169,1 bilhões em 2012, 50,3% do total da atividade.
Ainda segundo o IBGE, o Sudeste continuou à frente das demais regiões em termos de participação no pessoal ocupado (55,1%) e no valor das incorporações, obras e serviços da construção (62 0%). Apesar disso, as regiões Sul e Nordeste foram as que mais ganharam espaço entre 2011 e 2012.