Depois de bater os dois dígitos (11%) no aumento do faturamento de 2013, o mercado de franquias reduziu o ritmo e fechou o ano passado com 7,7% de crescimento, conforme o anuário da Associação Brasileira de Franchising (ABF). A desaceleração, porém, não abala o otimismo do setor.
“O desempenho foi muito superior aos demais setores do varejo, apesar da conjuntura desfavorável com a realização da Copa do Mundo e das eleições. O modelo da operação, que compartilha questões estratégicas do negócio, faz toda a diferença”, aponta a diretora regional da ABF, Fabiana Estrela.
Na avaliação da entidade, ao completar 20 anos de legislação, o franchising brasileiro passa por um refinamento e profissionalização. Com 2.942 franqueadoras, o país chegou ao quarto lugar no ranking mundial em número de marcas, atrás da China (4 mil), Estados Unidos (3,8 mil) e Coreia do Sul (3,6 mil).
Na distribuição de unidades dentro do país, Curitiba também ocupa a quarta posição no ranking nacional, com São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte no topo da lista.
Para superar os desafios da retração econômica do mercado neste ano, o setor pretende reforçar as ferramentas que hoje respondem pelo sucesso do modelo. A transferência de know how em negócios testados ajuda a minimizar riscos dos investidores e atrai mais parceiros para a expansão. É nesse ajuste fino que os consultores especializados apostam para superar a crise.
“As decisões estratégicas são de responsabilidade do franqueador, que deve estar focado na atividade e alertar o franqueado quanto a riscos, questões logísticas e de gestão”, aponta Fabiana.
Importância da gestão
A crise também pode pautar a mudança de hábitos do consumidor, que sempre vai procurar o melhor preço e atendimento. Para a diretora geral do Grupo Bittencourt, Claudia Bittencourt, consultora especializada em franchising, a gestão do negócio precisa estar no centro da atenção dos empresários. “A precificação correta, redução de custos, treinamento de pessoas e a renegociação de contratos com fornecedores vão ajudar a minimizar os impactos de um mercado mais morno”, explica.
Para Claudia, 2015 será desafiador e as redes podem enfrentar dificuldades nas vendas tanto no consumo final como no de novas licenças. “É hora de manter o que foi conquistado até agora e buscar competências para atingir bons resultados.”
Para a diretora da ABF, Fabiana Estrela, a grande vantagem do franqueado sobre outros setores do varejo é o apoio que a franqueadora oferece. “O independente precisa pensar em tudo sozinho. Com as informações compartilhadas entre os parceiros, fica mais fácil identificar os gargalos e tomar as decisões. Nesse aspecto, a consolidação de uma marca forte traz um nível maior de segurança”, diz.
Diante disso, a previsão da ABF é manter o crescimento de 2015 no mesmo patamar do ano passado, entre 7,5% e 9%.