O setor de telefonia deve investir menos este ano algo em torno de R$ 11 bilhões, o que representa uma queda de até 8,3% em relação ao ano passado, segundo a Associação Brasileira de Empresas de Soluções de Telecomunicações e Informática (Abeprest). Um terço deste montante será aplicado em prestação de serviços, o que inclui a instalação, expansão, construção, operação e manutenção de rede. O valor é 3% superior ao estimado para 2006.
Apesar da perspectiva de diminuição de investimentos, o setor de consultoria em telecomunicações está em franca expansão, de acordo com o presidente da consultoria Teleco, Eduardo Tude. Segundo ele, o setor cresce principalmente no segmento corporativo. O maiores fornecedores são as próprias operadoras de telefonia, como a Brasil Telecom, a Embratel e a GVT, além da Telefônica.
A Atrium Telecom, subsidiária do Grupo Telefônica, pretende crescer 37,5% este ano em Curitiba, a segunda melhor praça para a empresa depois do Rio de Janeiro. A idéia é passar dos atuais 800 clientes para 1,2 mil, de acordo com o diretor comercial Ricardo Araújo. "Esperamos aumentar nosso faturamento em 30% neste ano, o que é um grande desafio. Por isso trouxemos um serviço diferenciado, para não sermos apenas mais um no setor", explica.
A empresa atende a 8,5 mil clientes em todo o Brasil, tem uma unidade em Curitiba há mais de um ano e equipes em São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Brasília, Salvador e Uberlândia. Os planos são de montar equipes em mais seis cidades no ano que vem. "Posso adiantar que planejamos começar atividades em Florianópolis", diz Araújo. O serviço da Atrium é analisar o perfil de uma empresa e suas necessidades em telecomunicações para oferecer soluções de gestão. A empresa começou com condomínios empresariais, em 1999. Em Curitiba, a Atrium atende o edifício Jatobá e o Curitiba Trade Center.
Segundo o diretor da Brasil Telecom no Paraná, Amílcar Marques, este segmento cresce de 30% a 40% ao ano e a taxa de abandono é muito baixa. Marques conta que a empresa fornece desde opções básicas de gestão em telefonia, como para o cliente residencial que quer ter suporte quando um aparelho estraga (o que, pela lei, não é de responsabilidade da operadora), até uma grande empresa que quer terceirizar toda sua estrutura de comunicação, inclusive de dados. "As empresas querem cada vez mais se concentrar no seu negócio."
Para o diretor de vendas da GVT no Paraná, Miguel Hushi, existe bastante demanda por esse tipo de serviço customizável. Conforme Hushi, a GVT faz a parte de vendas e contrata empreiteiras para realizar a parte de instalação e manutenção de equipamentos. O diretor acrescenta que os produtos mais procurados são os que incluem pacotes de voz com transmissão de dados. A empresa atua nas regiões Sul e Centro-Oeste do país, além dos estados do Acre e Rondônia.