O setor de reposição de autopeças deve fechar 2009 com crescimento de 4% do faturamento em relação ao ano anterior. De acordo com balanço do Sindicato nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças), divulgado nesta sexta-feira (11), fabricantes de autopeças, distribuidores, oficinas e varejo vão movimentar neste ano R$ 57,2 bilhões, contra os R$ 54,9 bilhões registrados em 2008. Para 2010, a entidade prevê que o faturamento chegue a R$ 62,6 bilhões, aumento de 9,5% sobre o estimado para 2009.
De acordo com o diretor e conselheiro do Sindipeças e coordenador do Grupo de Manutenção Automotiva (GMA), Antônio Carlos Bento, o que levou o fortalecimento do mercado de reposição de peças foi, especialmente, a crise. "Muitas pessoas deixaram de comprar o carro novo por causa da crise e decidiram fazer a manutenção mais completa do usado", observa.
Bento também atribui os números às campanhas que a entidade faz em relação à manutenção preventiva, às inspeções veiculares e à conscientização da população contra a pirataria de peças.
Assim como o faturamento, o nível de emprego no setor subiu 1,9%, de 916,5 mil pessoas contratadas no ano passado, para 934,5 mil neste ano. Para 2010, a expectativa é que o número de contratações aumente 2,5%, para 957.862 pessoas.
O total de empresas no setor também aumentou: passaram de 119.202 no ano passado para 121.613 neste ano. Segundo o Sindipeças, o setor deve continuar em expansão em 2010, com 124.653 empresas instaladas no país, aumento de 2,5% sobre o volume esperado para este ano.
Na opinião de Bento, a perspectiva positiva para o próximo ano está baseada no aumento da frota circulante no país, hoje com 27,8 milhões de veículos sendo que 20 milhões (63%) já possuem cinco anos de uso e na ampliação da inspeção veicular. De acordo com levantamento da entidade, a vistoria obrigatória dos veículos deverá aumentar em 20% o movimento das oficinas que trabalham com sistemas de exaustão (catalisador e escapamento) e alimentação (motor, cabos, velas, injeção eletrônica, filtros de ar, combustível e óleo).
O GMA gastará R$ 2,5 milhões no próximo ano para campanhas em defesa da manutenção preventiva. Isso porque, com as quedas das exportações de autopeças, as fabricantes buscam ampliar a atuação no mercado brasileiro. "O mercado de reposição ainda não compensa a queda das exportações, que chega a 20%, mas sem dúvidas é um setor muito importante para as fabricantes de autopeças", afirma Bento.
Sobre a concorrência com as peças importadas, o representante do Sindipeças defende a concorrência "saudável". "Não temos que chorar por causa do câmbio, temos que buscar qualidade e preços competitivos. Somos contra às peças que entram no país com nível inferior de qualidade das fabricadas aqui", ressalta Bento.
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