Zero a zero
Segundo estimativas de consultorias econômicas, a receita do setor de serviços teve crescimento nulo no semestre, se levado em conta o efeito da inflação. De acordo com um relatório do escritório Tendências, o setor encolheu 0,8% de janeiro a março e cresceu o mesmo tanto de abril e junho.
A expansão do setor de serviços arrefeceu no primeiro semestre em relação aos seis primeiros meses de 2012, a despeito das estimativas de que a economia está crescendo mais neste ano. Segundo a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a receita bruta nominal dos serviços avançou 8,4% no primeiro semestre, ante 10,8% em igual período de 2012.
Os números podem parecer pujantes, mas ficam perto de zero quando considerada a inflação. Inicialmente, por questões metodológicas, a PMS trará apenas dados nominais, ou seja, sem descontar a inflação. A variação de preços é levada em conta na maioria dos indicadores econômicos, incluindo o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB, soma de bens e serviços produzidos na economia). "Embora 8,4% possa parecer uma taxa alta para o que está acontecendo no Brasil, em termos reais (considerando a inflação) não é não", afirma Fábio Bentes, economista da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
Para Bentes, descontada a inflação, o crescimento do setor de serviços no primeiro semestre deve ter sido zero. Em nota enviada a clientes, a Tendências Consultoria estimou que, em termos reais, o faturamento dos serviços medido pela PMS recuou 0,8% na média do primeiro trimestre. Depois, avançou 0,8%, na média do segundo.
Independentemente da questão metodológica relacionada à inflação, a alta no faturamento dos serviços está menor este ano. De janeiro a junho, apenas em abril (11,6%) o avanço foi superior ao de igual mês do ano anterior (9,1%). Em junho, a receita nominal bruta cresceu 8,6% ante junho de 2012, abaixo dos 9,2% em junho de 2012 ante junho de 2011.
No entanto, para o técnico da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE, Roberto Saldanha, "não podemos afirmar" que a desaceleração das taxas deve-se à moderação no crescimento da renda das famílias, tendo em vista que a demanda das empresas pesa mais para o setor de serviços. A demanda empresarial se reflete na atividade "serviços profissionais, administrativos e complementares", mais ligada à demanda da indústria.
A exceção é da atividade "transportes, serviços auxiliares dos transportes e correio", que puxou a alta da receita bruta nominal do setor como um todo em junho ante junho de 2012.
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