"Para 2013, o cenário é mais benigno, a crise europeia está superada, a economia mundial deverá crescer mais, a economia brasileira terá mais mercados para exportar."
Guido Mantega, ministro da Fazenda, acrescentando que prevê expansão entre 3% e 4% do PIB neste ano.
Nem as medidas de estímulo do governo à economia como as desonerações bilionárias de tributos livraram o país de registrar um crescimento econômico de apenas 0,9% em 2012 inferior aos 2,7% de 2011 e o menor desde 2009 (quando houve queda de 0,3%). No último trimestre do ano, a economia esboçou, porém, uma reação e avançou 0,6% em relação ao terceiro trimestre, acima da taxa de 0,4% do período de junho a setembro na comparação com ajuste sazonal (livre dos efeitos típicos de cada período). Em relação ao mesmo período de 2011, o PIB subiu 1,4%, segundo dados divulgados pelo IBGE.
Sob impacto da crise externa e da menor confiança de empresários diante de um cenário de incertezas, a indústria foi castigada. Seu PIB caiu 0,8% em 2012. Houve crescimento de 0,4% do terceiro para o quarto trimestre. Já em relação ao mesmo período de 2011, a taxa foi positiva em 0,1%. Tal cenário rebateu, do lado da demanda, os investimentos, medidos pela chamada formação bruta de capital fixo (investimentos em construção civil, máquinas e equipamentos e louvaras e matrizes de rebanhos). O tombo foi de 4% no ano e de 4,5% na comparação com o mesmo período de 2011. Do terceiro para o quarto trimestre, houve alta de 0,5%.
Também caiu a parcela da renda nacional poupada para financiar os investimentos, que não passou de 14,8%, a menor em uma década. Líderes mundiais de crescimento, China e Índia investem mais de, respectivamente, 35% e 45% do PIB. A administração de Dilma Rousseff fixou como meta uma taxa de 25% para sustentar um crescimento duradouro.
Serviços
Sustentado pelo consumo doméstico, o setor de serviços, o de maior peso na economia, salvou o país de um resultado negativo para o PIB em 2012. Seu crescimento foi de 1,7% em 2012 e de 2,2% no quarto trimestre, quando comparado com igual período de 2011. Em relação ao terceiro trimestre, houve alta de 1,1%.
Graças à renda em expansão e ao mercado de trabalho praticamente imune à crise (a taxa de desemprego foi a menor desde 2003, início da série do IBGE), o consumo das famílias cresceu 3,1% em 2012. A alta ficou em 1,2% do terceiro para o quarto trimestre. Na comparação com igual período de 2011, houve avanço de 1,2%.
Já a agropecuária caiu 2,3% em 2012. A queda do setor, de menor peso no PIB, foi de 7,5% na comparação com o mesmo período de 2011. Em relação ao terceiro trimestre, o recuo ficou em 5,2%.
Projeções
O resultado ficou abaixo do estimado pelo Banco Central. Seu indicador IBC-BR, usado para mensurar mensalmente o desempenho da economia, apontava uma alta de 1,6% do PIB no ano passado. Consultorias, porém, mostravam-se menos otimistas e sinalizavam para uma taxa ao redor de 1%.
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