Afetado pela crise global de 2008/2009, o setor de serviços reagiu rapidamente na esteira do aumento da renda e do emprego e voltou a crescer num ritmo acelerado em 2010, segundo a Pesquisa Anual de Serviços, divulgada nesta quarta-feira (26) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Em 2009, a expansão do faturamento das empresas do setor foi de 6,4%, mas em 2010 ele subiu no mesmo patamar de antes da crise, com expansão de 11%. Em 2008, a alta havia sido de 11,4%.
Em 2010, as 992.808 empresas do setor investigadas obtiveram R$ 869,3 bilhões de receita. Elas ocuparam 10,6 milhões pessoas e pagaram R$ 172,5 bilhões em salários, retiradas (de sócios e proprietários) e outras remunerações.
Mesmo com a crise, o faturamento das firmas de serviços cresceu a uma taxa média anual de quase 8% de 2007 a 2010 --período no qual o índice acumulado foi de 31,8%. Tal ritmo anual de expansão supera o crescimento do PIB naqueles anos.
O bom desempenho se baseia, diz o IBGE, no aumento e diversificação do consumo. Muitas faixas de renda mais baixas tiveram acesso a serviços que antes não podiam adquirir. Passaram, por exemplo, a frequentar mais restaurantes e cabeleireiros e a viajar.
Segundo o IBGE, em quatro segmentos de serviços o crescimento acumulado do faturamento de 2007 a 2010 superou a média do setor. São eles: serviços de manutenção e reparação (de veículos, itens de informática e outros), com alta de 63%; atividades imobiliárias (venda, compra e aluguel de imóveis), com expansão 59,8%; serviços prestados principalmente às famílias (alojamento, alimentação, serviços pessoais, cursos), com 44,9%; e serviços profissionais, administrativos e complementares (terceirização de mão de obra e consultoria a empresas), com 44,9%.
Os transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio foram responsáveis pela maior parcela da receita do setor (R$ 251,1 bilhões ou 28,9% do total em 2010). Também se destacaram, quanto à receita, os serviços de informação e comunicação (R$ 233,5 bilhões ou 26,9% do total) e os serviços profissionais, administrativos e complementares (R$ 220,8 bilhões ou 25,4% do total). Juntos, esses segmentos responderam por 81,2% da receita operacional líquida dos serviços.
Já o ramo de maior peso no emprego era o de serviços profissionais e administrativos (por força da terceirização), com participação de 40,7% do total. Em seguida, ficaram serviços prestados às famílias (21,3%) e transportes e correio (21%).
Os serviços voltados às famílias tinham o maior número de empresas (31,3%), mas correspondiam a apenas 9,9% do faturamento do setor. Trata-se de um ramo muito pulverizado, com pequenas empresas de alimentação, alojamento e outros segmentos.
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