O setor de telefonia móvel no Brasil caminha para ficar nas mãos de apenas três grandes investidores (players), acredita o professor do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec), Fábio Fonseca, após rumores dando conta de que a parceria entre a Telefónica da Espanha e a Portugal Telecom no comando da Vivo estaria prestes a ser desfeita, segundo reportagem publicada pelo jornal espanhol "El Confidencial".
As três, segundo o especialista, seriam a Telefónica (Vivo), seguida da América Móvil, controlada pelo bilionário mexicano Carlos Slim - que abrange as empresas Claro, Embratel, Vivax e Net -, e do Grupo Oi (antiga Telemar).
Essa reestruturação, ressalva Fonseca, ainda pode demorar já que a concretização do fim da parceria dependeria da possibilidade de a companhia portuguesa substituir a participação que possía na Vivo por outro investimento na telefonia celular do país. Que pode vir a ser a Oi.
O interesse da Portugal Telecom na Oi, após a participação na Vivo, é compreensível e coerente com a atuação da empresa no Brasil. É possível que essa operação se concretize analisa o também professor do Ibmec, criticando, no entanto, o fato de se tratarem ainda de versões não confirmadas.
Para o bem do mercado e dos acionistas, o correto seria a Telefónica vir ao mercado confirmar ou desmentir essas notícas. No Brasil, infelizmente, têm proliferado esses casos de antecipação de anúncio de negócios, caracterizando a existência de insider (informação privilegiada) que se beneficiam em detrimento do prejuízo da maioria lamentou.
Como exemplos recentes, Fábio Fonseca lembrou os episódios da compra da Ipiranga pela Petrobras, da Varig pela Gol e da divulgação da oferta voluntária de ações da Oi (Telemar).
Nesta terça-feira, a Portugal Telecom se recusou a comentar as versões sobre o fim da parceria com a Telefónica, alegando que sempre comunica fatos relevantes em primeira mão para seus acionistas e autoridades competentes.