As operadoras de telefonia passam por uma nova onda de demissões. Após a TIM cortar 1,7 mil no mês passado (inclusive em seu call center em Curitiba), a Telefônica Brasil, dona da marca Vivo, deve desligar cerca de 2 mil funcionários como resultado da integração com a paranaense GVT, após já ter feito cortes no ano passado, segundo a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Telecomunicações (Fenattel). A estimativa da federação é de um corte de 10 mil trabalhadores nas operadoras desde 2015. No Rio, a BTCC, empresa de call center do grupo Oi, vai demitir 800 trabalhadores neste mês, mas os postos serão transferidos para Recife, diz a Fenattel.
“Em reunião no mês passado, a Telefônica informou que seriam necessários os 2 mil desligamentos no país”, diz Luís Antônio Souza, secretário geral da federação. Em julho, a empresa manteve um Plano de Demissão Voluntária (PDV). As demissões estão previstas para ocorrer até 2 de setembro.
“A situação do setor é preocupante. O número de empresas está diminuindo e, como consequência, há a redução dos postos de trabalho. Esse movimento ainda não acabou”, avalia o secretário geral da Fenattel. No ano passado, a Telefônica já demitiu outros 2 mil trabalhadores. A Vivo comprou a GVT por cerca de 7 bilhões de euros em dezembro de 2014 - a aquisição foi aprovada pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) em maio do ano passado.
Procurada, a Telefônica Brasil disse que realizou o PDV, negociado com os sindicatos, com condições especiais de saída. “A empresa busca continuamente maior agilidade e eficiência nas operações, alinhadas à sua cultura de alto desempenho”, disse.
De acordo com o Sintetel, entre os benefícios negociados está a extensão do plano de saúde por 120 dias para os trabalhadores vindos da Vivo e 60 dias no caso dos funcionários da GVT.
No Rio, as demissões pela BTCC ocorrerão neste mês. Os trabalhadores já cumprem aviso prévio, de acordo com Souza, que também é presidente do sindicato dos trabalhadores no Rio (Sinttel-Rio). “A transferência para o Nordeste pode ocorrer porque os salários e benefícios lá são menores”, avalia o sindicalista. Também foi negociado um pacote de benefícios, como plano médico hospitalar, por mais 90 dias após o desligamento, incluindo dependentes.
A Oi nega e ressalta que os postos serão mantidos. De acordo com a operadora, o objetivo do movimento é a centralização estratégica do “back office” do controle operacional para ganho de eficiência e produtividade. A companhia, hoje em recuperação judicial, diz que está redistribuindo parcialmente entre os fornecedores a prestação de serviço de apoio operacional às equipes de campo que atendem o varejo. A empresa destaca que o processo não impacta serviços ao cliente. Já a BTCC diz que está reformulando a unidade de serviço no Rio em função de ajuste de demandas.
No dia 8 de julho, a TIM desativou unidades de call center próprias em Pernambuco e no Paraná. Cerca de 1,7 mil pessoas foram demitidas - 1,2 mil em Pernambuco e 500 no Paraná, segundo o sindicatos. A operadora diz que realiza uma reorganização para melhorar a sinergia entre as operações e o fornecimento de serviços e infraestrutura.
Boicote do agro ameaça abastecimento do Carrefour; bares e restaurantes aderem ao protesto
Cidade dos ricos visitada por Elon Musk no Brasil aposta em locações residenciais
Doações dos EUA para o Fundo Amazônia frustram expectativas e afetam política ambiental de Lula
Painéis solares no telhado: distribuidoras recusam conexão de 25% dos novos sistemas
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast
Deixe sua opinião