Para evitar que os hotéis brasileiros fiquem vazios depois da Copa do Mundo de 2014, o Ministério do Turismo (Mtur) pretende negociar com os bancos linhas de crédito específicas para que os trabalhadores em férias coletivas, idosos e aposentados possam viajar pelo país, principalmente durante a chamada baixa temporada, entre os meses de março e outubro.
De acordo com dados do MTur, em 2011, 195 milhões de viagens foram realizadas no país, por brasileiros. O objetivo do ministério é alcançar 240 milhões de viagens em 2015. "Um dos objetivos é criar condições para estimular o brasileiro a viajar pelo país, gerando negócios, empregos e promovendo inclusão social. O caminho para isso é ampliar essa base de consumidores dos produtos e serviços do turismo", disse o ministro.
Ainda não há detalhes sobre o novo programa, mas o ministro do Turismo, Gastão Vieira, adiantou que está aguardando o resultado da negociação com o Ministério do Trabalho, a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil para anunciar os valores. O Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal já têm programas de financiamento voltados para o consumidor final de turismo no Brasil, o Cartão Ourocard Crediário Turismo e o Cartão Turismo Caixa, respectivamente. Ambos oferecem crédito e taxas de juros diferenciadas.
A nova linha de crédito teria juros menores que os praticados por agências de turismo, que atualmente são de 1% ao mês. Usar o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) para financiar férias coletivas também é uma das medidas estudadas.
Se lançada, a linha de crédito especial para viagens será mais uma medida adotada pelo governo federal para estimular o consumo.
Na opinião do presidente Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), Gilmar Mendes Lourenço, a capacidade de consumo movido a crédito do brasileiro está praticamente esgotada. Para ele, só uma reforma tributária tornaria as empresas brasileiras mais competitivas. O MTur admite que pode negociar redução do custo do turismo interno com operadores e empresas aéreas, mas não esclarece que medidas pretende tomar nem quando isso pode ocorrer.