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O setor industrial do Brasil passou a enfrentar em abril uma deterioração nas condições dos negócios, com quedas tanto na produção quanto no volume de novos pedidos em relação a março, devido à demanda mais fraca por parte dos clientes. O Índice de Gerentes de Compras de Produção Industrial (PMI, na sigla em inglês) do instituto Markit divulgado nesta quarta-feira (2) recuou para 49,3 em abril, ante 51,1 em março. Ao ficar abaixo da marca de 50 pontos, que separa contração da expansão, depois de três meses seguidos acima desse nível, o índice aponta para "a primeira deterioração nas condições operacionais do setor industrial em 2012", informou o instituto em nota. De acordo com a pesquisa, cerca de 13% das empresas pesquisadas receberam um volume menor de novos trabalhos em abril. A taxa de redução foi considerada de modo geral moderada, mas foi a mais forte desde novembro do ano passado. O volume de pedidos para exportação também diminuiu e a redução da produção foi a mais forte em seis meses. Entre os subíndices que compõem o indicador, o componente Índice de Produção também ficou abaixo de 50,0, sendo que 12% das empresas relataram uma produção mais baixa ante o mês anterior devido à demanda mais fraca. "Embora a taxa de declínio tenha sido modesta apenas, o índice caiu cerca de três pontos em relação a março, atingindo um recorde de seis meses de baixa", trouxe o Markit. Já no subíndice Novos Pedidos, os fabricantes brasileiros receberam em abril um volume menor de novos pedidos pela primeira vez em 2012. Cerca de 13% das empresas relataram uma redução no volume e a taxa de contração do índice foi a mais forte desde novembro. Os Pedidos para Exportação também tiveram uma redução no volume, sendo que o índice relativo a esse dado também ficou abaixo dos 50,0 pontos, com a taxa de contração mais forte em 2012. "O volume de novos trabalhos provenientes do estrangeiro tem caído em todos os meses desde abril de 2011", informou o Markit, explicando que vários entrevistados atribuíram o fato ao enfraquecimento da economia global. Recuperação Como reflexo da queda no volume de novos pedidos, os fabricantes reduziram a força de trabalho em abril, mas o declínio do nível de emprego foi apenas marginal e o índice relativo ficou pouco abaixo da marca de 50,0. Na quinta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga os números oficiais da produção industrial de março. Pesquisa realizada pela Reuters indica que houve um crescimento de 1,3% em março ante o mês anterior, segundo a mediana das previsões de 16 analistas. O desempenho fraco da indústria brasileira foi considerado o principal responsável pela baixa taxa de crescimento no ano passado. Em 2011, o PIB cresceu 2,7%, bem abaixo dos 7,50% registrados no ano anterior. Essa fraqueza no setor provocou uma forte reação do governo, com medidas para frear a valorização do câmbio e cortes da taxa básica de juros, atualmente em 9% ao ano. O governo também lançou recentemente um pacote de estímulo à indústria que englobou desde a desoneração da folha de pagamentos de alguns setores até novos aportes oficiais ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), de 45 bilhões de reais. O PMI tem como base dados compilados junto a executivos encarregados por compras em mais de 400 empresas industriais. O índice fornece uma visão geral e instantânea das condições operacionais da economia do setor industrial.

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