A indústria petroleira é uma promissora fonte de oportunidades de trabalho, demandando de operários de construção civil a doutores para departamentos de pesquisa. "As empresas já estão procurando pessoal qualificado, em especial engenheiros com várias formações e geólogos", diz Roberto Picino, gerente da filial curitibana da empresa de recrutamento Michael Page.
No Paraná, existem alguns caminhos para a formação de mão de obra voltada para essa indústria. Em duas universidades Universidade Federal do Paraná (UFPR) e Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) os alunos têm a chance de entrar em um programa de formação, o PRH, patrocinado pela Agência Nacional do Petróleo (ANP). "Recebemos alunos da graduação, mestrado e doutorado que aqui têm contato com as necessidades do setor", explica Flávio Neves Jr., coordenador do PRH na UTFPR.
Desde 1999, quando começou o PRH, a UTFPR já formou mais de 150 profissionais. Alguns projetos têm inclusive apoio para virar negócios. Foi o que aconteceu com um grupo de quatro estudantes que na universidade criou um modo de avaliar os parâmetros de derivados de petróleo com o uso de ultrassom. A ideia ganhou financiamento público e deu um empurrão para a criação da Engaut, firma que está incubada na UTFPR.
"Desse projeto foi derivada uma nova pesquisa, que é um medidor de concentração de gás carbônico no óleo extraído dos poços. Conseguimos com ele recursos da Petrobras e da Finep", conta Rafael José Daciuk, um dos sócios na pequena empresa. Por mais promissoras que sejam as ideias para o setor do petróleo, a Engaut enfrenta uma dificuldade encontrada até mesmo por grandes companhias: o retorno é em um prazo longo. Criar produtos para uma petroleira demanda tempo, testes criteriosos e paciência, pois os contratos demoram para ser fechados. Como alternativa, os sócios investiram na criação de sistemas eletrônicos de marketing. "Precisamos de outras fontes de renda para sustentar a empresa durante a fase de desenvolvimento", resume Daciuk.
O Departamento de Engenharia Elétrica da UFPR é o outro centro que faz parte do PRH. "É uma formação complementar que envolve pesquisa", explica o professor Ramón Cortés, chefe do departamento. "Com isso os alunos podem trabalhar em empresas que prestam serviços para diversos setores, incluindo o petrolífero."
Na UFPR existe um curso técnico em petróleo, ministrado em Almirante Tamandaré. Neste semestre, a escola técnica da PUC-PR também lançou um curso na área. "O profissional aprende atividades operacionais de exploração, refino e manutenção", explica o diretor do curso, Valmir Conque Filho. Outros caminhos são cursos oferecidos pelo Senai e pelo Prominp, que terá 4 mil vagas no estado até 2013.
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