Brasília (Folhapress) O forte ajuste fiscal feito pelo setor público entre janeiro e outubro levou o governo federal, os estados, os municípios e as estatais a economizar R$ 12,3 bilhões acima da meta de superávit primário fixada para todo o ano, segundo dados do Banco Central. Com isso, o país economizou R$ 95,055 bilhões nos dez primeiros meses do ano para o pagamento de juros da dívida pública, ou 5,97% do PIB (Produto Interno Bruto) do período. A meta para 2005 é economizar R$ 82,750 bilhões 4,25% do PIB.
Nas discussões internas do governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já autorizou o ministro Antônio Palocci (Fazenda) a fazer um superávit primário maior, entre 4,5% e 4,7% neste ano. Não está decidido se isso será anunciado oficialmente, mas os dados até outubro indicam que o resultado ficará acima da meta.
Ampliar o esforço fiscal foi motivo de discórdia entre Palocci e a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil). A equipe econômica é criticada por reter recursos para elevar o ajuste fiscal, o que atrapalharia os investimentos do governo. A isso, Palocci responde que o aperto é necessário para conter o avanço da dívida pública, além de argumentar que o atraso nos investimentos é problema da gestão dos ministérios, não da Fazenda.
Ao divulgar ontem os números, o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes, não quis dizer se concorda ou não com as críticas de Dilma a Palocci. "O julgamento político não cabe a mim", disse.
O resultado acumulado nos últimos 12 meses indica que a meta será cumprida com grande folga. Entre novembro de 2004 e outubro de 2005, o setor público teve um superávit primário de R$ 98,195 bilhões, correspondente a 5,13% do PIB.
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