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Altamir Lopes, do BC: “elevação de despesas em anos eleitorais é natural.” | Gervasio Baptista/ABr
Altamir Lopes, do BC: “elevação de despesas em anos eleitorais é natural.”| Foto: Gervasio Baptista/ABr

Análise

A gastança continua lá

Os superávits das contas públicas divulgados nos últimos dois dias não significam que o governo está apertando o cinto. Tanto o resultado positivo divulgado na quarta-feira – referente ao Tesouro Nacional – como o de ontem – consolidado, ou seja, com números de todo o setor público federal – foram consequência do aumento na arrecadação de impostos.

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A alta na arrecadação ajudou o setor público (União, estados e municípios) a realizar economia de R$ 19,8 bilhões para pagar os juros da dívida em abril. É o terceiro maior resultado da década, segundo o Banco Central.Esse superávit primário foi garantido pelo aumento no recolhimento de tributos, impulsionado pelo crescimento da economia e pelo fim dos incentivos fiscais.

A contribuição para o superávit veio tanto do governo federal como das esferas regionais, que tiveram os menores números em três anos. As receitas do governo federal avançaram 23% na comparação com abril de 2009. De acordo com o BC, a recuperação da arrecadação ajudou a compensar a alta de gastos verificada até abril."É natural que haja elevação de despesas em anos eleitorais, mas o que se sobressai é o aumento da arrecadação", disse o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes. O superávit primário é a diferença entre receitas e despesas, sem considerar o pagamento de juros. O economista-chefe da LCA, Bráulio Borges, diz que os gastos públicos se concentram no primeiro semestre em anos eleitorais, devido às restrições da legislação. Por isso, projeta desaceleração dessas despesas ao longo do ano e arrecadação com tendência de crescimento.

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