Fachada do Centro de Convenções: de janeiro a julho, aumento de 38% no número de eventos| Foto: Daniel Castellano/ Gazeta do Povo

Oportunidade

Iniciativa privada lucra com a falta de locais alternativos

A falta de espaços para eventos teve impacto na tabela de preços dos locais disponíveis. Para formaturas, por exemplo, o aluguel médio passou de R$ 10 mil para R$ 50 mil. "Nós ficamos sem espaço", afirma o diretor da Polyndia, Zuki Dallagnol.

A primeira reforma do Paraná Clube desde a inauguração pode ter pesado nos reajustes. O local é o único com capacidade para mais de 3,5 mil pessoas. Os preços subiram 50%, de acordo com o gerente, Luiz Casagrande. "Ficou o piso e o teto, o resto mudamos tudo. Isolamento acústico, térmico. Iluminação própria, som; tudo será modernizado", afirma.

O aumento desestimulou os clientes, "cerca de 40% dos contratos no ano passado seriam no Paraná Clube, mas desistiram", conta Dallagnol, da Polyndia. O diretor do Complexo de Eventos Positivo, Marcelo Franco, conta que os lucros ficaram dentro da meta para o ExpoRenault Barigui. A ocupação do local deve ter aumento de até 6% no ano. "Os custos também subiram, mas seguiu a linha da inflação", conclui.

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O secretário de Turismo, Jackson Pitombo, assume que Curitiba está no limite da capacidade para atender a demanda de espaços por eventos. Mas a agenda do Centro de Convenções vai fechar para eventos em julho do ano que vem. A ideia seria usar o espaço, com capacidade para 1,5 mil pessoas, para abrigar os ensaios da Orquestra Sinfônica da cidade. Na segunda-feira, o secretário vai se reunir com os representantes do setor para ouvir argumentos. "A decisão já foi tomada. Vamos discutir aperfeiçoamentos. Quem sabe o uso compartilhado para atender uma ideia harmônica", afirma Pitombo. Pitombo garante que a decisão foi tomada com base em dados relevantes e foge da polêmica. "Daremos um prazo importante para não quebrar contratos. O governo busca a modernização, por entender que a iniciativa privada pode responder por essa área", conclui.

No ano passado, o Centro de Convenções recebeu 198 eventos. A quantidade aumentou 38% de janeiro a julho deste ano, com relação ao mesmo período de 2012. A tabela de preços aumentou 10% e a procura foi tanta que a meta de arrecadação do ano quase foi batida no primeiro semestre. "O nosso espaço é o único de tamanho intermediário. O tamanho e a localização central ajudam muito a atrair eventos", conta a diretora comercial, Jussara Basse.

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Pior sem ele

"Nós somos absolutamente contra a decisão, porque, na ausência de outros espaços, ele funciona. Seria muito ruim para a cidade se ele fechasse nesse momento", afirma Paulo Colnaghi, presidente do Instituto Muni­cipal de Turismo. A proposta seria manter o Centro aberto até a inauguração total de um centro municipal, prevista para 2016.

Nos últimos anos dois outros espaços fecharam: Iguaçu e Estação. Depois disso, a capital paranaense passou do 4º lugar no ranking brasileiro de eventos internacionais pela ICCA, (sigla em inglês para International Congress and Convention Association) para a 8ª posição. No ranking de eventos internacionais, está 14º.

"Nós temos eventos para trazer e não tem onde pôr. Esses grandes eventos internacionais (Copa 2014) não vão beneficiar o mercado local, com exceção de hospedagem e alimentação", afirma o presidente da Associação Brasileira de Empresas de Eventos, Rubens Dobranski.