Após um terceiro trimestre frustrante e com o PIB em queda superior à prevista pelo governo, a economia começa a dar sinais de reação e o primeiro indicador positivo é o crescimento da produção da indústria em outubro de 0,6%, segundo dados que o IBGE divulgou ontem. De janeiro a outubro, o crescimento ficou em 1,6%.
Os setores que mais puxaram o resultado foram edição e impressão (13,1%) e máquinas e equipamentos (2,7%). Já as quedas de destaque ficaram com veículos (-3,1%), bebidas (-5,9%) e produtos químicos (2,2%).
Para os analistas, os números da indústria corroboram as previsões de que o país voltará a crescer no quarto trimestre. A fabricação de bens de capital (máquinas, equipamentos e veículos) teve alta de 0,6%, o que aponta para uma retomada dos investimentos fator fundamental que caiu 2,2% de julho a setembro e fez o PIB do país recuar 0,5% no período.
"Depois da ducha de água fria que foi o PIB ontem [terça-feira], este dado de produção trará algum alento", diz a Rosenberg e Associados, em relatório.
Menos otimista, José Kobori, coordenador de MBA Finanças do Ibmec do Distrito Federal, reconhece a melhora da indústria, mas diz que o crescimento do setor é "bastante tímido ainda" e não compensa as perdas anteriores. Nos três meses encerrados em outubro, o setor fabril acumulou uma alta de 1,6%. Tal resultado, porém, não é suficiente para zerar as perdas de maio a julho, quando, na média, a indústria teve uma perda de 2,3%.
Por outro lado, os estoques elevados, especialmente de veículos, são um limitador ao crescimento da indústria. Esse fator já foi o responsável pela queda de 0,6% da fabricação de bens duráveis categoria que abarca ainda eletrodomésticos e móveis, afetados pelo fim do IPI reduzido.