O fato de os celulares serem parte do nosso cotidiano não é mais novidade. Mas a relação das pessoas com seus aparelhos ainda rendem as mais variadas histórias e pesquisas. E o que se observa é que nem sempre os "companheiros" recebem os cuidados necessários. O descuido dos usuários é apontado pelos técnicos especializados como o maior responsável por levar os aparelhos para consertos e reparos.
Mesmo com manuais que chegam a atingir 50 páginas, os cuidados não são totalmente tomados. Segundo o técnico Robinson Cansi, da Assistência HelpCell, 70% dos aparelhos que chegam para consertos são consequências do mau uso. Sua loja chega a receber entre 10 a 15 celulares por dia com os mais variados problemas.
"São várias situações que nos chegam. Mas, sem dúvida, a queda em vaso sanitário ou no chão e problemas com água são os principais. Poucos deles apresentam problemas como software ou algo relacionado à sua composição." O técnico explica que os banhos químicos, usados para combater a oxidação dos equipamentos, são usados para consertar os aparelhos nestes casos de contato com água.
Durões
Quanto a qualidade dos aparelhos, ele situa os nacionais entre os melhores, mas admite que a procura pelos importados, que comportam dois chips, tem sido grande. Ainda assim, ela alerta para a fragilidade desses aparelhos, que geralmente têm vida curta.
"Se a pessoa pretende comprar um aparelho, é melhor gastar um pouco mais e investir em um nacional, que lhe dá garantia e tem mais durabilidade. Os importados não são tão fortes e, para piorar, faltam peças. Dá a impressão que eles não são feitos em série, ainda que apresentem bons softwares."
Esgoto
As histórias de quedas de celulares ou banhos de chuva que os aparelhos tomam junto com seus donos são bastante comuns. Mas para o fotógrafo Daniel Caron a situação transitou entre o bizarro e o inusitado. Chamado para cobrir um problema de esgoto transbordante na área central de Curitiba, há alguns meses, Caron não percebeu que o celular caiu do bolso de sua jaqueta de fotógrafo. Ao se dar conta da perda, viu que o aparelho boiava em um misto de água e fezes acumulada. "Foi horrível. Peguei uma pinça especial para poder alcançar o celular e o embrulhei em um jornal. O cheiro dentro do carro ficou insuportável. Ao chegar ao local de trabalho procurei uma senhora da limpeza e o deixei lá por algumas horas, ao menos para desinfetar", conta.
Segundo ele, contrariando ainda mais as normas de manutenção e dos cuidados a serem tomados, deu vários banhos de água corrente no telefone e o deixou três dias secando. "Eu o mantinha sempre nos lugares que batiam sol. Ele chegava a torrar no banco do carro. Mas depois de alguns dias voltou a funcionar. Estou com ele e até hoje funciona normalmente."