O presidente da Shell no Brasil, Vasco Dias, e os executivos da Cosan, Rubens Ometto e Marcos Lutz, da esquerda para a direita| Foto: Paulo Whitaker/Reuters

Empresa fica perto de ser 2.ª maior em distribuição

A associação entre o grupo Cosan e a Shell coloca a nova empresa mais próxima da segunda colocação na distribuição de combustíveis no Brasil – posição ocupada em 2009 pelo grupo Ultra/Ipiranga, com quase 19% de participação. A Petrobras Distribuidora mantém a liderança, com 37,1% do mercado, segundo levantamento do Sindicom, sindicato das distribuidoras.

O negócio que uniu o grupo comandado por Rubens Ometto e a multinacional Shell faz com que três grupos, e não mais dois, disputem de forma mais equilibrada o mercado brasileiro de combustíveis, que somou 98 bilhões de litros em 2009.

A Shell e a Cosan (que já havia comprado a operação brasileira da Esso) ocupavam a terceira e a quarta posições, com 13,4% e 5,3%, respectivamente, de participação. Agora, juntas, as duas companhias encostam no grupo Ultra/Ipiranga com participação de 18,7%, segundo o Sindicom.

Pelo acordo, serão criadas duas companhias, que terão partilhados o controle por Shell e Cosan S.A.. A primeira reunirá as usinas de açúcar e álcool, a segunda, os ativos de distribuição de combustíveis. A participação de cada companhia nas duas subsidiárias não está definida e pode não ser equivalente.

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Confira alguns dados sobre a Cosan e a Shell no Brasil
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A petroleira anglo-holandesa Shell e a sucroalcooleira nacional Cosan anunciaram um acordo por meio do qual irão criar duas subsidiárias no Brasil no prazo de seis meses. O negócio em conjunto terá receita estimada em R$ 40 bilhões por ano, o que coloca as duas joint ventures planejadas entre as 15 empresas com maior faturamento no país. A união representa um passo histórico para o etanol brasileiro se transformar num produto com distribuição mundial e oferece à Shell a possibilidade de diversificação em direção à economia de baixo carbono.Com a transação, estimada em US$ 12 bilhões, a Shell marca seu ingresso no mercado de produção de álcool combustível, algo que a estatal brasileira Petrobras e a BP (British Petroleum) fazem de forma ainda tímida. Ao mesmo tempo, o negócio oferecerá à Cosan a posição de terceira maior distribuidora do país, uma das maiores redes de distribuição no exterior, perspectivas de expansão de exportações e projetos para desenvolvimento do etanol a partir da celulose.

"Esse era o passo que faltava para tornar o etanol uma commodity global", disse Rubens Ometto, presidente do conselho de administração da Cosan. Para ele, a união dará condições de viabilizar o plano de ser líder mundial em combustíveis renováveis."A decisão de anunciar a assinatura de um memorando com as bases do acordo foi tomada para evitar que alguém tenha acesso a informações e comece a negociar ações da Cosan", disse Marcelo Martins, vice-presidente financeiro da Cosan. As ações da empresa subiram 10,7% ontem na Bovespa.

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