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PETRÓLEO

Shell se torna a maior operadora privada do pré-sal

Ao adquirir a petroleira britânica BG, a anglo-holandesa Shell passou a responder, da noite para o dia, por 16% da produção atual no pré-sal brasileiro e por 6% da produção nacional de petróleo e gás. Com a união entre as duas companhias, a nova gigante europeia do setor energético prevê que será a “principal parceira” da Petrobras no país, com uma produção que pode ser multiplicada por dez até o fim da década.

A aquisição da BG pela Shell, por 47 bilhões de libras (cerca de US$ 69 bilhões), foi anunciada no início da manhã desta quarta-feira (8). A compra, que ainda depende da aprovação das autoridades regulatórias, é o maior negócio da década envolvendo empresas do setor de energia e gás e reduz a diferença da Shell em relação à norte-americana ExxonMobil.

Os atuais acionistas da BG, antiga British Gas, serão donos de cerca de 19% da nova empresa, que será controlada pela Shell. O Brasil é uma das peças mais importantes na combinação das duas companhias, que dá origem à uma nova gigante do pré-sal. Do total de 750 mil barris de óleo equivalente (que inclui petróleo e gás natural) extraídos diariamente da região do pré-sal, 120,9 mil barris passam a pertencer à Shell. Até então, sua presença no pré-sal não passava de uma perspectiva, embora bastante promissora. A empresa detém 20% do campo de Libra, que só vai dar os primeiros resultados em 2019.

Substituição

Do ponto de vista financeiro, a entrada da Shell no pré-sal é positiva para a Petrobras porque substitui uma parceira da estatal que passa por dificuldades de investimento desde que a cotação do barril do petróleo despencou para a casa dos US$ 50, em outubro do ano passado. A BG era sócia da Petrobras nos campos de Lula, com 25% de participação, e Sapinhoá, com 30% – ambos na Bacia de Santos.

A Shell está no país há 100 anos, com forte atuação na distribuição de combustíveis. “Na exploração e produção de petróleo estava crescendo, mas ao comprar a BG, vai se tornar muito maior”, avalia o professor do Grupo de Economia da Energia da UFRJ Edmar Almeida. Antes da fusão, a Shell contava com apenas cinco áreas exploratórias – agora serão 15.

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