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Inovação

Shoppings criam apps para estreitar relacionamento entre clientes e marcas

Foto: Bigstock (Foto: )

Lojas, restaurantes e cinemas deixaram de estar apenas nos shoppings e chegaram também às casas e aos smartphones dos consumidores. Para fortalecer o relacionamento com os clientes e estimular o crescimento do setor em 2019, grandes grupos do país investem em plataformas virtuais de compras em parceria com os lojistas, em uma tendência chamada multicanalidade.

“Grandes grupos de shopping centers têm anunciado seu próprio marketplace e realizado uma integração com os lojistas em benefício dos consumidores”, afirma Glauco Humai, presidente da Abrasce (Associação Brasileira de Shopping Centers).

Com 19 shoppings no Brasil, a Multiplan está realizando essa integração para oferecer uma “experiência” de compra completa ao consumidor. Na semana passada, o grupo lançou o aplicativo Multi, marketplace no qual os clientes podem fazer compras, adquirir ingressos de cinema, acompanhar ofertas e consultar informações sobre os shoppings do grupo. Em breve, também será possível pagar o estacionamento pelo app.

“O aplicativo permite levar o shopping para a casa da pessoa. Queremos expandir o relacionamento com o consumidor. Antes, a indústria via a internet como inimiga. Hoje, ela é aliada dos negócios”, compara Daniel Peres Chor, diretor de inovação e negócios digitais da Multiplan.

O executivo assegura que as compras realizadas pelo app serão entregues ao cliente em até duas horas. E para garantir essa eficiência, a Multiplan investiu R$ 12 milhões na startup de entregas Delivery Center, em abril. “O shopping hoje é mais um templo de prazer, cultura e entretenimento do que um centro de compras”, explica.

Inicialmente, o aplicativo Multi estará disponível apenas para clientes do Barra Shopping (RJ). Nos próximos meses, segundo a Multiplan, a plataforma será ofertada também para os shoppings Vila Olímpia (SP), Morumbi (SP), Anália Franco (SP), Village Mall (RJ), Park Shopping Campo Grande (RJ) e Park Shopping Canoas (RS). A expectativa é a de que o demais shoppings sejam integrados ao aplicativo em 2020.

Com o mesmo objetivo da Multiplan, a Sonae Sierra Brasil, que anunciou fusão com a Aliansce, em junho, lançou um shopping virtual para o Parque D. Pedro Shopping, centro de compras em Campinas (SP). Por meio da parceria com lojistas, o marketplace oferece mais de 100 mil itens, entre moda feminina, masculina e infantil, cosméticos, eletroeletrônicos, smartphones e artigos para o lar.

Facilidade na entrega é atrativo das compras

No primeira etapa do projeto, o shopping virtual vai oferecer opções de entrega das compras na casa do cliente e retirada de mercadorias na loja ou por meio de um concierge. Após o primeiro ano de operação, o grupo vai oferecer, também, a retirada de produtos em um drive-thru e em lockers (armários) dentro do centro de compras.

“Seremos uma integradora entre os clientes e as marcas. Com isso, o varejista pode realizar vendas adicionais devido ao fluxo crescente de clientes que compram pela internet e retiram as mercadorias nas lojas físicas, por exemplo”, explica Laureane Cavalcanti, diretora-executiva de marketing e responsável pelos projetos de transformação digital da Sonae Sierra Brasil.

O presidente da Abrasce reforça que o marketplace deve complementar o shopping físico, e não ser um novo competidor. “Todos os grupos estão envolvidos na multicanalidade e ainda não existe um modelo vencedor porque tudo é muito incipiente. O importante é o shopping, virtual ou físico, trazer resultados e rentabilidade”, acrescenta.

Humai destaca também que o varejo de shopping está crescendo com vantagem em relação ao de rua — o que favorece o investimento em inovação. Enquanto os centros comerciais cresceram 8,5% em junho, o comércio de rua registrou alta de 5,4%. O ticket médio no mês também foi superior: R$ 97,05 nos shoppings, contra R$ 68,63 no comércio de rua, segundo dados da Abrasce.

O setor como um todo cresceu 8,4% no país no primeiro semestre deste ano, em relação ao mesmo período do ano passado, após resultados abaixo da média em 2018. Para o acumulado de 2019, a projeção é de 7% de expansão.

“Ainda temos alguns avanços para fazer no cenário macroeconômico e político, mas estamos otimistas com a recuperação do setor e com a ‘Black Friday brasileira’, que deve estimular o as vendas em setembro”, conclui o presidente da Abrasce.

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