Os shopping centers brasileiros devem registrar alta de 10 a 12 por cento nas vendas em 2012, segundo estimativa feita nesta segunda-feira (26) pela entidade que representa os lojistas do setor no país, Alshop.
"Teremos um bom desempenho, mantendo o crescimento", disse o presidente da Alshop, Nabil Sahyoun, assinalando que o primeiro trimestre tende a ser "o pior do ano" para o varejo.
Nos primeiros meses do ano, os consumidores precisam pagar tributos como o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA). Além disso, muitos quitam gastos feitos no período de festas, reduzindo a disponibilidade para novos gastos.
A projeção para 2012 está em linha com o crescimento nominal nas vendas nos shoppings deste ano sobre 2010, de 12 por cento, para 104,1 bilhões de reais.
O resultado em 2011 superou a previsão da Alshop, de alta entre 9 e 11 por cento nas vendas, mas ficou abaixo do crescimento nominal visto no ano passado, de 16,3 por cento. Em termos reais, descontada a inflação, o setor deve registrar vendas 11,1 por cento maiores este ano, contra expansão de 14,6 por cento em 2010 nessa base.
Se considerado apenas o período de Natal -de 15 de novembro a 24 de dezembro-, o faturamento dos shoppings cresceu 5,5 por cento ano a ano, ficando abaixo da estimativa da Alshop, de alta de 6,5 por cento.
"O mês de outubro foi muito fraco... As notícias negativas sobre a economia deram uma freada, e o consumidor aguardou o (pagamento do) 13o salário", disse Sahyoun. "Mas crescer em cima da base muito boa do ano passado foi importante."
Dentre os segmentos de consumo, o de perfumaria e cosméticos surpreendeu e teve desempenho acima do esperado, com avanço de 18 por cento nas vendas apenas no Natal e de 13 por cento no ano. Na sequência ficaram óculos, bijuterias e acessórios, com altas de 17 e de 15 por cento, respectivamente.
Vestuário
Por outro lado, o segmento de vestuário deve fechar 2011 com o pior resultado, tendo apurado crescimento de 2 por cento nas vendas de Natal e estabilidade ante o ano passado.
A Alshop, que no início do ano projetava aumento de "pelo menos" 7 ou 8 por cento para o varejo de vestuário, atribui o desempenho à alta do preço do algodão que, entre abril e maio, chegou a subir mais de 20 por cento.
As empresas do segmento, grande parte delas importadoras da commodity, tiveram de repassar os custos ao consumidor, o que pesou sobre as vendas.
Investimentos
Sahyoun ressaltou que o setor de shopping centers recebeu 7 bilhões de reais em investimentos de companhias que abriram capital desde 2007, o que inclui BR Malls, Iguatemi e Multiplan.
A Alshop segue o modelo norte-americano e classifica como shoppings também os empreendimentos menores, a partir de dez lojas. Sob essa classificação, existem 802 empreendimentos em operação no Brasil, sendo que outros 113 devem ser inaugurados até 2014, com investimentos de 5,1 bilhões de reais.
Já segundo a Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), 421 empreendimentos estão em operação no país. A entidade estima faturamento de 97,4 bilhões de reais para o setor este ano, aumento anual de 12 por cento.
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