A quantidade de shoppings no interior deve ultrapassar o número de centro de compras nas capitais em 2014, fato já percebido no Paraná, onde 17 dos 31 empreendimentos estão fora de Curitiba. A falta de espaço nas grandes cidades e o interesse das prefeituras menores em atrair os investimentos agiliza a burocracia no interior, onde pode cair a um quarto do tempo na comparação com capitais.
INFOGRÁFICO: Veja o perfil dos shoppings que serão lançados no Paraná
De acordo com dados da Associação Brasileira de Shoppings Centers (Abrasce), em 2013 havia no país 495 empreendimentos, 249 deles em 25 capitais e no Distrito Federal Boa Vista (RR) era a única capital que não tinha um shopping center em 2013. Se a previsão se concretizar, 2014 deve se consolidar como o ano da virada, com o interior ganhando preferência entre os empresários.
Dos 41 novos empreendimentos previstos para este ano, segundo a Abrasce, 30 estarão em cidades que não são capitais, o que ocasionalmente pode incluir suas regiões metropolitanas. Se confirmados, até o fim do ano o Brasil terá 260 empreendimentos em capitais e 276 em cidades do interior.
Uma das razões que explicaria esse "boom" no interior, além do aumento da renda e da falta de terrenos disponíveis nas grandes cidades, é a estrutura burocrática que o setor enfrenta para tirar do papel um grande empreendimento. Walter Rozados, da Rozados, consultoria em shopping centers, observa que os entraves acompanham interesses diferentes conforme o porte da cidade.
"Uma prefeitura de uma cidade menor tem interesse em trazer um grande empreendimento para o município, levando em conta a geração de empregos e o aumento da tributação. Onde já há uma alta concentração de shoppings, há tantas compensações a serem feitas que o projeto pode ser até inviabilizado", pondera.
Há exemplos dessa situação no Paraná. O Grupo Tacla, investidor do Shopping Palladium, apresentou em 2010 o projeto do Jockey Plaza Shopping Center, no bairro Tarumã, em Curitiba, e ainda aguarda a liberação do alvará para começar a construção do empreendimento a expectativa é que em dois meses o documento seja liberado e as obras comecem. Por outro lado, o Palladium Shopping Center Foz do Iguaçu teve sua liberação aprovada em menos de um ano.
"Quanto maior a cidade, maior o tempo em aprovação de projetos, que são revistos por prefeituras de capitais, por exemplo, para incluir novas compensações com o trânsito e infraestrutura. Enquanto o investidor espera a maturação do projeto nas capitais, vai tirando do papel mais rapidamente os shoppings no interior", analisa Aníbal Tacla, diretor-superintendente do grupo Tacla.
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