As siderúrgicas chinesas podem descumprir contratos de compra de minério de ferro se os preços da commodity no mercado a vista caírem abaixo dos valores definidos trimestralmente, afirmou José Carlos Martins, diretor de ferrosos da Vale.

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"É uma possibilidade, mas espero que elas não façam isso porque temos contratos, temos um compromisso de longo prazo, e um compromisso de longo prazo tem de valer para ambos os lados", afirmou o executivo a jornalistas durante uma conferência em Xangai, nesta terça-feira.

Ele disse que os preços do minério definidos em contrato para o terceiro trimestre deste ano já foram estabelecidos e informados aos clientes, mas evitou entrar em detalhes, afirmando apenas que eles representam uma média dos preços de março a maio.

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A agência de notícias Interfax publicou recentemente que a Vale estava pedindo um aumento de 23% no preço do minério de ferro para o terceiro trimestre, elevando o valor da commodity para 160 dólares a tonelada ante um preço atual no mercado a vista de 150 dólares.

As siderúrgicas chinesas foram acusadas de descumprir contratos anuais no segundo semestre de 2008, quando os preços no mercado a vista recuaram abaixo dos valores definidos em contratos pela primeira vez, como resultado da crise financeira internacional.

O fracasso na manutenção dos contratos foi decorrente do colapso no sistema anual de definição de preços do minério de ferro, pelo qual as siderúrgicas negociam um preço válido para todo o ano com as mineradoras.