As siderúrgicas japonesas, lideradas pela segunda maior produtora de aço do mundo, a Nippon Steel, e três grandes mineradoras incluindo a Vale vão abrir as negociações sobre os contratos de preços de minério de ferro esta semana, afirmou uma fonte próxima do assunto.

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As siderúrgicas japonesas vão enviar representantes às mineradoras para debates iniciais esta semana, informou a fonte, que pediu para não ser identificada por causa da sensibilidade do assunto.

Representantes da Vale e das australianas BHP Billiton e Rio Tinto devem visitar Tóquio na próxima semana para negociações separadas de preço, afirmou a fonte.

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As negociações de preços sobre os contratos anuais que se iniciam em abril normalmente começam em novembro no Japão, mas foram atrasadas este ano uma vez que o mercado de aço recuou por causa da crise econômica global. Isso tornou muito difícil para mineradoras e usinas a realização de estimativas sobre o mercado de aço.

As siderúrgicas japonesas devem pedir o que será a primeira redução de preços em sete anos nas negociações dos contratos anuais. As usinas estão fortemente pressionadas por montadoras de veículos como a Toyota que pedem corte nos preços de aços automotivos.

O presidente da JFE Steel, Hajime Bada, afirmou na semana passada que queria ver os preços do minério de ferro serem reduzidos para pelo menos os níveis de 2007/2008, o que significa que as mineradoras brasileiras precisam cortar preço em pelo menos 39 por cento e as rivais australianas em cerca de 45 por cento.

A JFE Steel é a terceira maior siderúrgica do mundo.

As produtoras de aço da China, que iniciaram negociações informais de preços no final do ano passado, aliaram-se à JFE na exigência de corte de cerca de 40 por cento nos preços do minério de ferro.

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Alguns analistas esperam que as negociações anuais de preços alcancem um acordo logo, já que uma recente recuperação nos preços do minério de ferro pode pressionar as usinas a aceitar logo um acordo.

Os preços do minério de ferro no mercado à vista despencaram 70 por cento, ante o pico de quase 200 dólares a tonelada alcançado em fevereiro passado, para 60 dólares a tonelada em outubro. Mas desde então se recuperaram para 80 dólares a tonelada.

Expectativas sobre uma recuperação do mercado de aço ganharam força nas últimas semanas, depois que cortes globais de produção restringiram as condições de oferta e forçaram compradores com estoques baixos de aço a aceitarem aumentos de preços por parte de algumas usinas.

Em 2008, a Vale conseguiu um aumento de 65 por cento nos preços do minério de ferro junto a siderúrgicas japonesas. Enquanto isso, mineradoras australianas obtiveram um reajuste de quase 80 por cento.

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