Apesar da previsão de crescimento para o setor siderúrgico, a indústria está preocupada com o aumento de 100% do minério de ferro e ainda tenta negociar e fazer as contas sobre quanto deve ser repassado para o preço final do produto. Segundo Flávio Azevedo, presidente do Instituto Aço Brasil (IABr), entidade que representa as siderúrgicas, as empresas estão negociando com fornecedores de minério e ainda não se sabe de quanto será o aumento. Mas as empresas já têm a conta pronta sobre o impacto no custo de produção: 20% a mais.
Enquanto esperava pela chegada do presidente Lula ao Congresso Brasileiro do Aço, o empresário Lakshmi Mittal, CEO da ArcelorMittal, maior grupo siderúrgico global, conversava com Jorge Gerdau, presidente do conselho de administração da Gerdau, sobre o momento delicado. O empresário, dono da maior fortuna da Índia, disse que está preocupado com o aumento do preço do minério de ferro. "Todo mundo está preocupado com as novas regras e aumento de preço. Como li nos jornais, a maior parte das negociações do segundo trimestre estão fechadas. As companhias (mineradoras) não são flexíveis, querem aplicar fórmulas para o reajuste do preço", afirmou o empresário.
A Gerdau negocia com a Vale o preço do minério de ferro, disse o presidente da companhia, André Gerdau Johannpeter. Segundo o empresário, a nova regra do mercado de minério, na qual os preços são negociados trimestralmente, já está em vigor. E o setor mostra grande preocupação com os aumentos de 100% no preço do minério.
Para Gerdau, o reajuste tão elevado é consequência da concentração no setor, já que três empresas têm 70% do mercado mundial. "Ainda não temos como prever de quanto será o aumento de preço do aço para construção, mas, por conta da pressão de custos, já estamos estudando o que vai acontecer (com o preço)", disse Gerdau. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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