A Nokia e a Siemens anunciaram que vão unir a principal parte de seus negócios de equipamentos para telecomunicações na expectativa de criar uma das maiores fabricantes do setor.
As unidades da joint venture Nokia Siemens Networks, formada por participação de 50% de cada empresa, tiveram vendas de 15,8 bilhões de euros (US$ 20 bilhões) no ano passado, o que pode tornar a companhia combinada a segunda maior no setor de equipamentos para telefonia móvel e a terceira em infra-estrutura fixa - atrás apenas da Ericsson e Marconi, que fatura mais de 16,2 milhões de euros (US$ 20,41 milhões) por ano e da líder Alcatel-Lucent, que gera 17,2 milhões de euros (US$ 21,67 milhões) anuais.
A Nokia Siemens Networks terá sede em Hensilque, na Finlândia, e será dirigida por Simon Beresford-Wylie, atual responsável pela unidade de redes da empresa. A companhia terá também escritórios regionais na cidade da Siemens, Munique, com Peter Schoenhofer como diretor-financeiro.
O acordo não envolve dinheiro, mas vai colocar o novo grupo no mesmo nível de vendas da atual líder do setor, a Cisco Systems e a Alcatel-Lucent.
Segundo as empresas, a combinação da unidade das redes fixa e móvel da Nokia e da Siemens vai gerar economia para ambas, mas cerca de nove mil empregos devem ser cortados. O acordo também vai alinhar as operações, que vêm sofrendo com a forte concorrência na luta por pedidos das grandes operadoras de telecomunicações.
Há anos a Siemens vem buscando uma solução para sua unidade de equipamentos de telecomunicações (Com). Ano passado, a empresa vendeu sua divisão produtora de celulares para a BenQ, de Taiwan - que manteve a marca Siemens para as vendas.
Impulso nos lucros
A Nokia e a Siemens disseram esperar um impulso nos ganhos por ação até o fim de 2007, mas não deram detalhes. Ambas esperam sinergias de 1,5 bilhão de euros por ano até 2010 e informaram que vão reduzir de 10% a 15% da força total de trabalho conjunta da nova empresa de 60 mil empregados, nos próximos quatro anos.
- Acreditamos que a parceria com a Siemens é a maneira mais efetiva de construímos um portfólio amplo de produtos necessários para competir globalmente - disse o diretor-executivo da Nokia, Olli-Pekka Kallasvuo, acrescentando que ambas as empresas desejam que a joint venture cresça mais rápido que o mercado.
Segundo Olli-Pekka Kallasvuo, a nova companhia vai ter meta de margem operacional de dois dígitos no primeiro ano, antes de despesas de reestruturação.
Os executivos da Nokia enfatizaram que nos últimos meses a empresa estava aberta a aquisições, assim como para joint ventures, com o intuito de impulsionar a posição da companhia nos diversos mercados.