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A Siemens do Brasil concluiu em abril a transferência de linhas de produção de Manaus para Curitiba e o resultado já aparece na forma de mais eficiência logística para as operações. "Antes o material era transportado por terra de Manaus para São Paulo. Como a fábrica de Curitiba tinha espaço disponível, optamos por trazer a produção para cá. A mudança representa menos custo e mais agilidade", disse ontem o diretor da unidade, Baldoíno Sens.

Em dezembro, a unidade da Zona Franca foi desativada e a produção de telefones fixos e de módulos sem fio acabou transferida para a fábrica da Cidade Industrial de Curitiba (CIC) – muito mais perto do principal centro consumidor, São Paulo, e dos portos e aeroportos utilizados para exportar a produção. A produção atende ao mercado nacional e à América Latina.

Apesar de a fábrica perder a isenção fiscal da Zona Franca, Sens garante que a transferência não trouxe mais custos para a Siemens. Isso porque, de acordo com o diretor, a cidade também oferece benefícios fiscais – por meio da legislação do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e pelo Processo Produtivo Básico (PTB), que beneficia a produção com alto grau de nacionalização. "Os custos são compatíveis. Além disso, em termos de mão-de-obra Curitiba também representa vantagem. Temos mais pessoal técnico disponível." Desde abril, a Siemens contratou 150 novos funcionários.

A fábrica de Curitiba também produz módulos wireless, PABX e estações radiobase. A unidade é considerada um pólo mundial de exportações – 90% dos PABX fabricados na cidade são exportados para América Latina, entre outros países, e equivalem a dois terços de tudo que é produzido pela Siemens no mundo. Além da manufatura, o parque industrial de Curitiba também reúne um centro de logística e outro de pesquisa e desenvolvimento da companhia. Atualmente, 900 pessoas trabalham na unidade.

A otimização do sistema de distribuição foi a "grande sacada" da Siemens na opinião do analista da consultoria de negócios Go4, Christian Majczak. A vinda da produção para Curitiba, diz o analista, é uma forma de compensação das perdas do setor nos últimos anos. Ele cita, por exemplo, a transferência da fábrica da Unipar para Araraquara (SP), em 2003.

Toda cadeia produtiva, afetada negativamente na época, deve ser beneficiada agora. De acordo com o analista, cada emprego direto pode gerar de dois a cinco empregos indiretos na cadeia. "E mais algo em torno de três fora dela", diz. "Toda essa atividade também reforça a arrecadação de tributos, sendo que boa parte acaba ficando no próprio estado." O analista diz que a divisão de módulos sem fio é particularmente promissora. "Aparelhos ‘wireless’ vem rapidamente substituindo máquinas com fio, a exemplo do que ocorre com as máquinas de cartão de crédito."

A instalação da Siemens em Curitiba, em 1975, pode ser considerada um marco no processo de industrialização da capital paranaense. A multinacional alemã foi a primeira a se instalar na então recém criada Cidade Industrial de Curitiba (CIC).

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