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Contas públicas

Simone Tebet admite que governo pode não zerar rombo nas contas em 2024

Simone Tebet
Ministra do Planejamento disse, no entanto, que rombo pode ficar dentro da banda de 0,25% previsto no arcabouço fiscal. (Foto: Wilson Dias/Agência Brasil)

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A ministra Simone Tebet, do Planejamento e Orçamento, admitiu nesta quarta (12) que o governo pode não conseguir cumprir a meta de zerar o rombo das contas públicas em 2024 como prometeu ao lançar o projeto do novo arcabouço fiscal, em maio.

De acordo com ela, “na pior das hipóteses”, o rombo fiscal será dentro de um intervalo aceitável de até 0,25% do Produto Interno Bruto (PIB). Em 2023, o valor estimado pela Secretaria de Orçamento Federal será de 1,3% do PIB, de R$ 136,2 bilhões.

“Nós temos projeções conservadoras, nós temos que trabalhar com números conservadores, mas nós sabemos que o ministro [Fernando] Haddad [da Fazenda] tem cartas na manga do colete. Eu sei de pelo menos três, que aumentariam receita sem aumentar impostos, são recursos excepcionais pro ano que vem, que é o ano difícil do arcabouço”, disse em entrevista à GloboNews.

Simone Tebet diz que o governo estabeleceu as metas para os próximos anos, mas que precisa ser “realista” para cumpri-las, e que a pandemia da Covid-19 deixou um “déficit social” que impulsionou os gastos com programas de assistência.

“Então, passar de 1% negativo para 0%, com essas cartas na manga que, se efetivarem, vai ser possível. Na pior das hipóteses, nós não fechamos no núcleo, mas estamos dentro da banda, que é 0,25%, que vai dar menos R$ 25 bilhões, R$ 30 bilhões”, admitiu.

A ministra disse, ainda, que conta com a aprovação definitiva da reforma tributária e do “voto de qualidade” no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) para trazer “ganho na expectativa”. E também com a queda na taxa básica de juros, que atualmente está em 13,75%, em que “cada 1% dos juros que cai, é menos recurso que nós comprometemos com o serviço da dívida”.

A expectativa é de que o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, comece a reduzir a taxa de juros já a partir da próxima reunião, marcada para agosto. O encontro terá a participação dos dois novos diretores indicados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na esperança de influenciarem na decisão dos outros membros do colegiado.

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