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A ministra Simone Tebet, do Planejamento, disse nesta quinta (27) que não foi pega de surpresa pelo anúncio do economista Marcio Pochmann à presidência do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), adiantada na noite de quarta (26) pelo ministro Paulo Pimenta, da Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom).
Ela disse que já havia um consenso tanto em seu ministério como no governo de que haveria a troca de comando no instituto, e que ainda estava na fase de tratativas. O nome de Pochmann anunciado por Pimenta deve ser oficializado em um "momento oportuno".
"Fui avisada há alguns dias que o presidente da República teria um nome e gostaria de fazer uma escolha pessoal. Naquele momento, não perguntei por nomes e muito menos o faria, porque acho mais do que justo esse pedido", disse a ministra na chegada ao Ministério da Fazenda, no final da manhã, para uma reunião com Fernando Haddad em que explicaria o bloqueio de R$ 2,6 bilhões do orçamento da pasta. .
Simone Tebet justificou a aceitação do nome que fosse pelo presidente Lula nunca ter lhe feito nenhum pedido "dentro do ministério ou fora". "Aliás, ele não me pediu sequer para apoiá-lo no segundo turno, eu que fiz uma declaração de apoio antes de conversar com ele".
"Diante disso, nada mais justo do que atender ao presidente independente do nome que ele me apresentaria e que ainda não me havia apresentado", afirmou.
De acordo com a ministra, o nome de Pochmann ainda não estava certo na reunião que ela teve com Lula, e que Pimenta “anunciou preliminarmente” sem ser oficialmente informado. Simone Tebet disse que vai acatar "qualquer nome" e que vai encontrar o economista na semana que vem sem “pré-julgamentos” sobre as críticas ao futuro presidente do IBGE.
“Vou ouvi-lo primeiro, tem um lado que tem falado bem, outro que tem feito questionamentos. Eu não quero saber do passado, quero saber do presente. A conversa será técnica e ele será tratado como técnico”, completou a ministra.
Historicamente ligado ao PT, Pochmann tem sido alvo de duras críticas de economistas mais ortodoxos e enfrentou resistência dentro do próprio governo. Entre suas declarações polêmicas, está uma crítica ao sistema de pagamentos Pix, criado pelo Banco Central e lançado em outubro de 2020.
No mês passado, ele usou a rede social para criticar as reformas trabalhista e previdenciária, que, para ele, teriam colapsado o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).